Preparava-me para atravessar a fronteira em Kye-Ossi com a mercadoria para a escoar como é hábito na Guiné equatorial e fui repelido por militares desse país, ao referirem que os camaroneses deixavam de ter autorização para atravessar esta fronteira até novas ordens das autoridades de Malabo, referiu o comerciante camaronês Maurice Nguekam à agência noticiosa Pan Africana (Panapress), que cita fontes concordantes.
O encerramento das fronteiras da Guiné equatorial nas localidades camaronesas de Campo, Ebebeyin e Kye-Ossi foi confirmado por Silla Thomas Charly, um responsável municipal da região de Campo, sul dos Camarões.
Reunidos em 14 de Junho em Libreville, capital do Gabão, os chefes de Estado e de governo da zona CEMAC - que integra os Camarões, República Centro africana, Gabão, Chade, República do Congo e Guiné Equatorial - decidiram aplicar a livre circulação de pessoas e bens através da abolição dos vistos a partir de 1 de Janeiro de 2014, e a criação de um passaporte biométrico comum para os cidadãos dos países membros.
Logo após a aprovação desta decisão, o chefe de Estado da Guiné equatorial, Theodoro Obiang Nguema Mbazogo, anunciou que o seu país não iria aplicar a medida.
Em 30 de Outubro, recorda a Panapress, 69 camaroneses foram expulsos da Guiné Equatorial sem justificação aparente.
Em Dezembro, e com a proximidade do Natal, as autoridades de Malabo endureceram as medidas de controlo nas zonas fronteiriças de Campo, Ebebeyin e Kye-Ossi, e os cidadãos camaroneses que regressavam ao seu país para um período de férias foram despojados da maior parte dos seus bens em diversos postos de controlo rodoviários entre Mongomo e a fronteira.
Desde quinta-feira que as fronteiras terrestres entre os dois países vizinhos estão intransponíveis, incluindo para os cidadãos camaroneses em situação regular.
A actual situação já foi registada no passado, quando em 28 de Julho de 2012 a Guiné Equatorial anunciou a reabertura da sua fronteira terrestre com os Camarões por Kye-Ossi, previamente encerrada.
Lusa / NJ