O controlador-chefe de Tráfego Aéreo do Ministério de Obras e Direcção da Aviação Civil da Namíbia, Victor Likando, disse, no domingo, que o Botswana nunca comunicou o desaparecimento do voo TM-470 das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), entre Maputo e Luanda, e que foram as autoridades da Namíbia que contactaram os departamentos congéneres em Gaborone e em Luanda (respectivamente, capitais do Botswana e de Angola) para saber do avião.
"O Botswana nunca nos disse. Eles deviam-nos ter avisado, mas nunca o fizeram", disse Likando, citado pelo diário The Namibian, que adianta que o responsável acrescentou que, no momento do desaparecimento dos radares, a aeronave se encontrava dentro do espaço aéreo do Botswana.
Na sexta-feira, um avião das LAM que fazia a ligação Maputo-Luanda despenhou-se no Parque Nacional de Bwabwata (PNB), limitado a norte por Angola e a sul pelo Botswana, tendo os 33 ocupantes do avião morrido.
Entre as vítimas, há sete cidadãos de origem portuguesa, de acordo com o Governo português.
As equipas de socorro chegaram ao local dos destroços 21 horas depois do acidente, que se presume ter ocorrido por volta das 13:00.
Likando disse ainda que a tripulação do avião não tinha necessidade de contactar as autoridades da Namíbia, porque, naquele percurso, a aeronave demora cerca de três minutos a atravessar o país [região onde o avião se despenhou].
Os aeroportos de Katima Mulilo e Rundu nunca receberam alertas de emergência, sublinhou o responsável, acrescentado que o avião voava à altitude de 36.000 pés (10.973 metros) antes de desaparecer dos radares e que demorou cerca de 12 minutos a embater no solo.
Entretanto, um dos responsáveis pela operação de socorro, Ben Shikongo, confirmou que, até ao momento, as autoridades namibianas só localizaram 31 dos 33 corpos dos ocupantes do voo.
"Só descobrimos 31 corpos e não sabemos onde estão os outros [dois]. Pode ser que tenham caído [numa outra zona] enquanto o avião estava a descer. Teremos uma imagem clara com os testes de DNA", disse Shikongo.
A Namíbia vai liderar a unidade de investigação do acidente com o voo TM-470 das LAM, que terá ainda investigadores de Moçambique e Angola (respectivamente, países de origem e destino do voo), do Brasil (país onde a aeronave Embraer 190 foi produzida) e Estados Unidos da América (país onde foram fabricados os motores da avião).
Lusa / Novo Jornal