Com Matata Ponyo demitiram-se todos os elementos do executivo, sendo que, na RDC, o primeiro-ministro tem como função principal coordenar a equipa ministerial porque o poder executivo pertence ao Presidente da República.
"Apresentei a minha demissão de primeiro-ministro, assim como a dos meus membros de Governo para responder ao espírito e à letra do acordo", disse Augustin Matata no final de um encontro com o Presidente Kabila.
Com esta demissão está aberto o caminho para o cumprimento do mais importante ponto do acordo de transição política na RDC, motivada pelo adiamento das eleições para Abril de 2018.
No entanto, segundo analistas em Kinshasa, se o primeiro-ministro for agora indicado pelos partidos da oposição que assinaram o acordo, podem ser fechadas as portas para uma eventual adesão dos históricos Etienne Tshisekedi e Moise Katumbi, que são, enquanto principais dirigentes da oposição, a grande resistência a esta transição.
Estes dois dirigentes políticos exigem a realização das eleições dentro do calendário constitucional, o que já não será possível porque o segundo e último mandato de Kabila termina em Dezembro e as eleições deveriam ter lugar ainda este mês.