O financiador, um consórcio de quatro operadores petrolíferos do bloco 18, considera elevado o custo para o apetrechamento da infra-estrutura, estimado, como apurou o NJ, em um milhão de euros.

A proposta foi apresentada pela construtora, a organização não governamental Rise Angola, que chegou ao terreno em Janeiro de 2024, quinze anos após o lançamento do projecto.

O Estado angolano perdeu largos milhões com o abandono da obra, mas a oferta da Azule Energy, Sonangol, Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG) e da Sinopec, no âmbito das suas responsabilidades sociais, ajuda a minimizar o enguiço.

Não há memória de pronunciamentos oficiais relativos ao custos estimados pelo Ministério da Saúde em 2009, ano do lançamento da empreitada, nem sobre o valor que o consórcio financiador aplica na reabilitação.

Em declarações à imprensa nesta quinta-feira, 5, o director de Comunicação, Imagem e Relações Inter-governamentais da Rise Angola, Paulino Huambo, ressaltou que "encontrámos um edifício antigo e degradado", assinalando que os reajustes foram inevitáveis.

"Foi um trabalho grande, sobretudo na parte eléctrica. Esperamos que o Governo veja a questão de um PT [Posto de Transformação], já que a potência deve ser compatível com o equipamento", vincou.

Sem ter falado em valores, uma vez que "as regras dos parceiros não permitem", Huambo revelou que o mercado interno não possui meios à altura desta unidade, apontando a Alemanha como fornecedor.

"Fechámos as lacunas, corrigimos falhas e propusemos o valor que a Azule Energy e outras empresas consideram estrondoso", realçou o director.

As declarações foram prestadas momentos antes de uma visita do governador provincial de Benguela, Manuel Nunes Júnior, que sugeriu a inauguração com o imóvel totalmente equipado.

"Estamos satisfeitos, esta unidade vai ajudar a recuperar pessoas com traumas, não apenas a população de Benguela", indicou, antes de ter assumido que o funcionamento depende do apetrecho.

Com oficina para produção de próteses e órteses, o Centro Regional de Reabilitação Física, segundo no País (depois de Luanda), estará também para o Huambo, Bié, Kwanza Sul e Namibe.

Foi projectado para atender a uma média de 450 pacientes por dia, contra os cem assistidos actualmente na unidade em degradação. Terá um centro de nutrição, espaço para crianças com diferentes patologias e uma sede do Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEMA).