A Omatapalo e a Smartfrio inauguraram, na localidade da Cahota, município de Benguela, aquela que dizem ser a mais moderna fábrica de processamento de pescado no País, que deverá proporcionar, só com a exportação do polvo, preferencialmente para o continente europeu, lucros estimados em um milhão e 200 mil euros/mês (mais de 990 milhões Kz ao câmbio de terça-feira, 21), indicam contas feitas pelo NJ mediante informações prestadas por conhecedores da realidade.
A fábrica, principal referência da pescaria Mormolo, com capacidade para capturar e transformar 100 toneladas deste molusco todos os meses, vai vender o quilo a 12 euros (cerca de 10 mil Kz), um preço ajustado ao valor que a Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) atribui à espécie, conforme as consultas efectuadas.
A primeira exportação, de 30 toneladas, para um cliente em Portugal, onde está representada a Omatapalo, foi lançada há uma semana, justamente na altura da inauguração, quando homens do mar, em declarações ao NJ, diziam que a pescaria chegava em fase de escassez do polvo.
Se se tiver em conta que as capturas dependem em grande medida das condições climáticas, seja para esta ou outras espécies, o dado a reter nas reacções à entrada em cena do empreendimento, tido como um dos melhores em África, é relativo a mais-valias para Angola com a exportação do polvo.
"Se não temos para nós, como é que mandamos estas quantidades para a Europa?", questiona o cidadão luso-angolano António Manuel, agente da pesca desportiva, que salienta, contrariando algumas vozes, que já se vai consolidando a cultura de consumo do polvo na sociedade angolana.
Sem dúvidas quanto ao potencial existente, Manuel diz que se lembra de ter conseguido, precisamente no perímetro da Cahota, entre 10 e 15 polvos em cada um dos seus mergulhos.
"Os muitos anos de ligação aos portugueses ajudam a explicar o gosto pelo polvo no País", justifica, acrescentando que já se verifica uma variedade de pratos na restauração.
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