O relatório sobre a Seca em Angola entre 2012-2016 e de Avaliação das Necessidades Pós Desastre divide em quatro categorias as indispensabilidades: Reconstrução de activos físicos; retoma da produção, funcionamento dos serviços e acesso a bens e serviços; restabelecimento da governação e dos processos de tomada de decisão e resolução das vulnerabilidades e riscos.
"As necessidades de recuperação incluém medidas a curto prazo (seis meses a um ano), médio prazo (1 a 2 anos) e longo prazo (2 a 4 anos) ", refere o documento elaborado pela Comissão Nacional de Protecção Civil, com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), União Europeia e Banco Mundial.
O orçamento proposto elege os sectores agrícola e hídrico como os mais necessitados, com 189 milhões de dólares e 97 milhões de dólares, respectivamente.
A seca afectou sobretudo o sul do País, com mais impacto nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe, onde actualmente existem 1 milhão, 139 mil e 64 pessoas afectadas, segundo os últimos números fornecidos pelo Governo.
A curto e médio prazo, o Governo angolano aponta medidas como a reabilitação da produção agrícola e pecuária, das fontes de água para aumentar a sua disponibilidade de consumo humano e animal, apoio aos centros de nutrição para o tratamento da subnutrição, o fomento dos programas de alimentação escolar e a promoção de actividades alternativas de geração de receitas.
Já as necessidades de recuperação a longo prazo incluém medidas para a redução do risco e impacto da seca no sul do País, através de uma melhor gestão dos recursos naturais, como a reflorestação, introdução de técnicas de recolha de água, sistema de irrigação comunitária, ente outras.
Os sectores da agricultura, pecuária e pesca são "de longe os mais afectados", como descreve o relatório, que revela que as perdas nas três províncias foram calculadas com base na quebra da produção de cereais e outras culturas, de leite e de carne, enquanto os danos foram calculados com base nas mortes de animais no Namibe (110 mil), na Huíla (150 mil) e Cunene (240 mil), num total de 500 mil animais mortos.
Para o sector da água, saneamento básico e higiene calcula-se que o total de danos se situe nos 52,5 milhões de dólares, que tem em consideração os 80 por cento de poços actualmente inoperantes, a necessitar de reparação parcial ou total.
A nível do sector da agricultura, pecuária e pesca, as maiores perdas registaram-se na área da segurança alimentar, estimada em 82 milhões de dólares, representando 18 por cento do total das perdas.
"O sector da nutrição também registou perdas significativas avaliadas em 32,8 milhões de dólares", refere o mesmo relatório.