No relatório sobre Perspectivas Económicas Globais, o Banco Mundial, no capítulo que dedica à economia angolana, sublinha que, na frente interna, o Governo de Luanda deve "implementar políticas significativas de reajuste fiscal para sustentar a estabilidade macroeconómica e alimentar a recuperação económica".
No documento hoje divulgado em Washington, EUA, o Banco Mundial recorda que a economia de Angola estagnou em 2016, contará com um crescimento de 1,2 por cento em 2017, mas recuará para menos de um por cento em 2018.
Alargando o olhar para o continente africano, o Banco Mundial é um pouco mais optimista, apontando um crescimento médio de 2,6 por cento este ano e de 2,3 por cento para 2018.
Moçambique, o outro grande país lusófono africano, surge neste relatório do Banco Mundial sobre Perspectivas Económicas Globais, com números menos deprimidos. Depois de ter crescido 6,6 por cento em 2015, em 2016 ficou-se pela metade, mas deverá recuperar para 4,8 por cento este ano, ganhando novo folego em 2018, com perspectivas de crescimento na ordem dos 6,1 por cento.
Entre os lusófonos, segundo o documento apresentado hoje em Washington, citado pela Lusa, a Guiné Equatorial continua a ser o único país em recessão, devendo enfrentar uma quebra do Produto Interno Bruto de 5,9 por cento este ano e de mais 7 por cento em 2018, marcando o quarto ano consecutivo de retracção da economia.
As previsões hoje apresentadas para o continente africano enfrentam os já tradicionais riscos, que o Banco Mundial considera serem "significativos", exemplificando com um possível aumento das taxas de juro, que pode "desencorajar a emissão de títulos soberanos (de dívida pública), que para os governos têm sido uma estratégia fundamental de financiamento" das economias face à quebra de receitas resultante da descida dos preços das matérias-primas.
"Um crescimento mais fraco do que o previsto nas economias avançadas ou nos principais mercados emergentes pode reduzir a procura por exportações, diminuir os preços dos produtos básicos e restringir o investimento estrangeiro directo na mineração e na infra-estrutura da região", acrescenta o Banco Mundial.
"Os cortes propostos na assistência oficial dos Estados Unidos para o desenvolvimento constituirão preocupação para algumas economias menores e Estados frágeis da região", afirmam ainda os analistas do Banco Mundial.
São estas as previsões de crescimento para os cinco países de língua oficial portuguesa em África, referentes aos anos de 2017-2018, em percentagem: Angola (1,2 - 0,9); Cabo Verde (3,3 - 3,7); Guiné Equatorial (-5,9 - 7,0); Guiné-Bissau (5,1 - 5,1); Moçambique (4,8 - 6,1).