O presidente da Alrosa, Sergei Ivanov , que reuniu na terça-feira com o seu homólogo da Endima, António Carlos Sambula, explicou aos jornalistas que a diamantífera russa está a pensar aumentar a sua presença em Angola já para 2018, embora tenha condicionado essa possibilidade aos estudos de viabilidade em curso, nomeadamente no projecto minero de Luachi.

A mina do Luachi foi descoberta em 2012, no âmbito de um projecto de averiguação do potencial diamantífero angolano

Para já, segundo Ivanov, as coisas estão a correr bem para a Alrosa, que em 2016 atingiu resultados líquidos em Angola de 137 milhões de dólares norte-americanos, sugerindo ainda que o que a empresa nacional russa tem em mente vai para além dos lucros imediatos, sublinhando que a decisão tem ainda subjacente a qualidade dos diamantes extraídos no país.

Recorde-se que a mina do Lulo, explorada pela australiana Lucapa Diamond Company na Lunda Norte, é já um caso de sucesso mundial pela qualidade dos diamantes que brota, permitindo mesmo que o preço médio destes esteja a ser negociado nos mercados internacionais cerca de 10 vezes acima do registado globalmente, destacando-se uma gema de 404 quilates, o maior encontrado no país, que rendeu mais de 16 milhões de USD, extraída no início de 2016.

Entretanto, o presidente da Endiama, António Carlos Sambula, destacou que esta parceria eventual com a Alrosa deverá permitir activar a maior mina de diamantes existente até à data em Angola, o couto mineiro do Luachi, apontando como data para o início da exploração os finais de 2018, início de 2019.

Também na calha está o projecto mineiro do Kimangue, cuja activação depende dos estudos aéro-magnéticos de baixa altitude que estão a decorrer para a descoberta de novos quimberlitos.

Entretanto, tanto a Alrosa, um dos gigantes mundiais do sector, como a Endiama encaram estes projectos como uma oportunidade valiosa de obter divisas, porque as vendas nos mercados internacionais estão a melhorar, em conformidade com a melhoria da economia no mundo.

Actualmente, as duas diamantíferas estão agregadas no projecto Catoca, que Sergei Ivanov disse estar já a ter um desempenho que permite a auto-suficiência.

Estas duas empresas já tinham anunciado em 2015 um investimento de 1, 5 mil milhões de dólares no projecto do Luaxe, na Lunda Sul.

Na altura, a dimensão deste investimento foi justificada pela existência estimada de mais de 350 milhões de quilates na mina do Luaxe e com a exploração concessionada por um prazo longe, de 30 anos, apontada como o motor para a duplicação da produção anula de diamantes em Angola.

Actualmente, Angola tem um potencial anual de nove milhões de quilates, o que corresponde a um resultado entre 1,2 e 1,5 mil milhões de dólares, dependendo dos mercados e da estratégia da Endiama em função dos preços e dos balanços dos mercados internacionais.