Este empréstimo sob a forma de Swap de retorno total será feito ao abrigo da ISDA (em inglês International Swaps and Derivatives Association) e colateralizado por uma emissão de obrigações do tesouro (ver notícia).
A Ministra das Finanças é autorizada, com a faculdade de subdelegar, a proceder à assinatura do acordo de financiamento e toda a documentação com ele relacionada.
Este não é o primeiro empréstimo contraído pelo Governo angolano no último trimestre para apoio à tesouraria. Um dos financiamentos autorizados anteriormente pelo Presidente da República, também sob a forma de Swap de retorno total ao abrigo do ISDA (International Swaps and Derivatives Association), vale 600 milhões USD e foi igualmente negociado com a J.P Morgan, que tem sede nos Estados Unidos e agências um pouco por todo o mundo.
Para um especialista económico consultado pelo Novo Jornal, "estamos diante de uma estratégia de endividamento marcada por uma evidente falta de sustentabilidade e uma perigosa dose de desespero".
"Os mercados de capitais internacionais, carentes de elevados yields em função da actual política monetária expansionista do BCE, do BofE e da FED, não hesitarão em absorver títulos soberanos emitidos por Angola com taxas de juro substancialmente altas - possivelmente ultrapassando os dois dígitos", esclareceu o consultor económico.
Para o economista, esta situação reflecte, acima de tudo, "a ausência de coragem e capacidade técnica para implementar uma política económica responsável, com especial atenção à gestão fiscal. Sem prudência e sustentabilidade como pilares, o custo inevitavelmente recai sobre os contribuintes e o futuro económico do país".
E termina, citando oo economista John Maynard Keynes: "Os mercados financeiros podem permanecer irracionais por mais tempo do que você pode permanecer solvente."