"Há grupos de armadores organizados com quem é complicado de lidar. Muitos desses grupos têm parceiros estrangeiros que não têm instalações em terra e fazem a descarga em alto mar", Maria Matos, sublinhando, no entanto, que "há muitos armadores a obedecerem à Lei".
Segundo a responsável, no passado existiam muitos funcionários da fiscalização pesqueira coniventes com os armadores, mas assegura que tais práticas já não existem.
Maria Matos disse que o Serviço Nacional de Fiscalização Pesqueira passa muitas multas aos armadores infractores, para que obedeçam às normas vigentes e certificou que o serviço de fiscalização não remeteu até agora, qualquer processo nos tribunais.
A directora do Serviço Nacional de Fiscalização Pesqueira e Aquicultura afirmou que para travar os grupos "complicados de lidar", a fiscalização pesqueira trabalha com as forças mistas tais como a Força Área, a Marinha de Guerra, a Polícia Fiscal e Guarda Fronteira.
Maria Matos, que está como directora nacional da fiscalização pesqueira há três meses, afirmou num fórum sobre "Economia do Mar", organizado pelo jornal Economia e Mercado, que estão controlados agora todas as embarcações licenciadas.
"Se existirem não licenciadas é falta de fiscalização. Mas no próximo ano teremos um novo projecto, aprovado, que fala de equipamentos tecnológicos, aéreos, terrestre e náuticos para reforçar o trabalho de fiscalização e torná-lo num processo mais activo", disse.
Conforme a responsável, a maior desorganização do sector da pesca, está na pesca artesanal por ser o sustento de muitas famílias.
"A fiscalização sensibiliza as pessoas a legalizarem-se para evitarem as multas", afirmou a responsável.
Maria Matos salientou que as acções que visam o combate a pesca ilegal vão continuar, apesar de reconhecer a escassez de meios e homens no controlo da costa marítima.