A nova televisão junta-se à pública TPA e à Zimbo, que até 30 de Junho de 2020 era propriedade dos generais "Dino" Nascimento e Hélder Dias "Kopelipa" e do ex-vice-presidente Manuel Vicente, antes de ser entregue ao Estado no âmbito da recuperação de activos (ler aqui), e que, apesar de o Governo ter anunciado que estes activos deverão voltar ao sector privado, tal não aconteceu, o que tem motivado várias críticas da oposição e da sociedade civil sobre a ausência de pluralidade, porque, acusam, o MPLA tem praticamente o monopólio da comunicação social pública, em particular das televisões.

Em Setembro do ano passado, o Novo Jornal, com base numa notícia avançada pelo Jornal de Negócios, título português especializado em temas de economia, dava conta de que o grupo Martifer estava a construir em Luanda um "projecto integrado de comunicação moderno" para a GINGA.COM. O contrato "chave na mão" valia 19,3 milhões de euros (15,5 mil milhões Kz) e tinha conclusão "prevista para Fevereiro/Março" de 2022.

A sociedade anónima GINGA.COM - Comunicação, Multimédia e Telecomunicações foi constituída em Janeiro de 2019, com um capital social de quatro milhões de kwanzas (à data cerca de 5.000 euros), verificou, também na altura, o Novo Jornal no Diário da República. Tinha sede em Luanda, no município de Talatona, no Condomínio Solida Plaza, confirmou o Novo Jornal.

Em Dezembro do ano passado, o capital social da sociedade anónima passou de quatro para 804 milhões de kwanzas e a sede foi deslocada para a Estrada do Camama, distrito urbano do Camama, município de Talatona, província de Luanda.

Todas as todas as cláusulas dos estatutos da GINGA.COM continuam válidas.

O reforço do capital social de 800 milhões de kwanzas é em dinheiro, "integralmente subscrito pelos accionistas na proporção das participações detidas, realizado em 30%, sendo os restantes 70% realizados no decurso do prazo legalmente determinado, mediante a emissão de 800.000 novas acções ordinárias, do valor nominal de 1.000 kz cada", lê-se na escritura publicada a 21 de Dezembro do ano passado.

A empresa tem como objecto social a prestação de serviços de comunicação social audiovisual, sonora ou escrita, a produção, gestão e distribuição de instrumentos ou plataformas de comunicação social, redes sociais, indústria do lazer, diversão, espectáculos, cultura, turismo, conteúdos destinados a todos os sistemas de comunicação e informação, online ou não, televisão, radio, cinema e internet.

Pode ainda dedicar-se à publicação e edição de jornais, revistas, marketing, bem como à realização de eventos e promoções, importação, produção, exportação e comercialização de materiais de suportes publicitários, tecnologia de informação e comunicação, assim como ao exercício da actividade de comunicações electrónicas.

A administração da GINGA.COM é exercida por um conselho de administração constituído por três membros eleitos em Assembleia Geral, por um período de quatro anos.

O presidente do conselho de administração é Hélder Manuel Barber Dias dos Santos, antigo PCA da Televisão Pública de Angola, exonerado em Novembro de 2017 por João Lourenço, pouco depois de este ter tomado posse como Presidente da República.

Pedro Afonso Cabral, actual PCA da Rádio Nacional, nomeado pelo Chefe de Estado em 2020, é o número dois do conselho de administração desta sociedade anónima, estando Carlos Cristóvão Fernandes designado como número três, de acordo com a escritura da empresa.