É por causa da menor produção na China, tanto na indústria pesada como nas fábricas que fornecem ao mundo uma larga percentagem dos bens de consumo corrente, que o Brent iniciou a sessão de hoje a perder mais de um por cento, perto de 1,30% perto das 11:40 em Luanda, para os 74,40 USD, e também o WTI, em Nova Iorque, com uma perda ainda mais robusta, de 1,62%, para os 72,75 USD, à mesma hora.
Esta quebra já era esperada depois de a OPEP+, o organismo que agrega os países da OPEP e os seus aliados, 10 países produtores e exportadores liderados pela Rússia, terem, em Julho, anunciado para Agosto um aumento da produção de 400 mil barris por dia (bpd), fixando a meta de até ao final do ano estar reposta a produção em perto de 5,8 milhões de barris por dia (mbpd) retirados dos mercados como forma de equilibrar o negócio fortemente impactado pela pandemia da Covid-19, aproximando de forma acelerada aos números pré-pandémicos, muito perto dos 100 mbpd, sendo que destes, a OPEP+ é responsável por cerca de 40 por cento.
Com os programas de vacinação massiva a espalharem-se pelo mundo a grande velocidade, excepto nos países mais pobres, o petróleo tem acompanhado a recuperação económica das grandes economias, nomeadamente os EUA, a China e a Europa.
Esta recuperação foi primeiro sentida na China e é também na China que agora estão a "nascer" algumas inquietações graças aos dados fornecidos pelas alfândegas do gigante asiático, nomeadamente referentes à produção industrial e às "fábricas do mundo", embora este sobe e desce careça de um período mais longo para se perceber a sua densidade e dimensão, podendo ser uma ligeira crise passageira, como já em sucedido.
Porém, como sempre aconteceu, se estes dados não forem alterados em alta na próxima revisão mensal, as inquietações nos mercados podem adensar-se e isso ter um maior reflexo nos mercados, conhecida que é a extrema sensibilidade destes a indícios de crise, como o caso.
E ainda relevante para esta oscilação no valor do barril o facto de a OPEP+ estar a produzir nestes dias mais crude, com um aumento que a Reuters afirma ter sido o mais robusto desde Abril de 2020.
Todavia, para Angola, a atravessar uma das mais graves crises económicas em décadas, o actual valor do barril, acima dos 74 USD, é uma importante ajuda às contas públicas face a um OGE que foi elaborado tendo como preço de referência para o barril os 39 USD em 2021.