... o barril travou a fundo na sua perda de valor, que muitos já julgavam poder ir até aos 60 USD, depois de uma sucessão de acontecimentos explosivos no Médio Oriente, com a morte encomendada por Israel de dois líderes do Hamas e do Hezbollah.
Em menos de 24 horas, dois misseis teleguiados israelitas abateram o nº 2 do movimento pró-iraniano Hezbollah, general Fuad Shukr, em Beirute capital do Líbano, e, já na madrugada desta quarta-feira, foi o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, que sucumbiu a um ataque em Teerão, a capital do Irão.
Se o Médio Oriente, de onde diariamente sai 35% do crude consumido no mundo, já estava no fio da navalha pelos nove meses de conflito em Gaza entre Israel e o Hamas, e a instabilidade crescente na fronteiro israelo-libanesa, com ataques mútuos diários entre o Hezbollah e as forças israelitas, agora a questão é como apagar o rastilho curto que queima rapidamente em direcção à pólvora?
A resposta ainda ninguém sabe, como pode ler aqui, mas sabe-se que os mercados petrolíferos estão assustados e isso nota-se nos mais de 2,3 por cento que o barril ganhou nas primeiras horas desta quarta-feira, 30, voltando para cima dos 80 USD (80,5, perto das 10:50, hora de Luanda) tendo chegado na sessão anterior aos 78 USD.
Entre as ameaças de iranianos e do Hamas de retaliação e a possibilidade de uma guerra em larga escala que pode mesmo arrastar os EUA para um confronto histórico com o Irão, que recentemente ergueu parcerias estratégicas com russos e chineses, o negócio global da energia revigora...
Até quando?, ninguém sabe, e muito menos se será suficiente para esbater o contexto que nas últimas semanas levou a matéria-prima a perder quase dez dólares, muito por causa das fragilidades denotadas pelos dados oficiais da economia chinesa, o maior importador mundial.
Para já, o que mais ordena são as ameaças de uma escalada regional do conflito em Gaza para o vasto barril de pólvora que é o Médio Oriente, e qualquer dado que exista oriundo da China, seja com melhores dados económicos, ou com o reforço do pessimismo, ou dos EUA, onde as anunciadas reduções das taxas de juro directoras prometiam mais consumo de energia, pouco impacto terão...