A Índia é o 3º maior importador do mundo, logo a seguir aos gigantes China e EUA, com uma quota de quase 10% (9,7%) do crude vendido em todo o mundo, ligeiramente abaixo dos EUA, com 12% e longe dos números da China, que ultrapassa os 22% de todo o petróleo adquirido no planeta.
Esta posição estratégica da Índia, com mais de 1,2 mil milhões de habitantes, o 2º país mais populoso do mundo, a seguir à China, faz com que quaisquer perturbações que possam condicionar a sua crescente economia tenham uma implicação directa nos mercados petrolíferos, como está agora a suceder.
E isso é especialmente notório nos dois maiores mercados do mundo, como o Brent e o WTI, onde o barril começou a semana praticamente a perder o mesmo, cerca de 1,5%, no primeiro, o Brent, que define o valor médio das ramas exportadas por Angola, para os 65,07 USD, menos 1,40 % que no fecho de sexta-feira.
Este crescendo de casos na Índia, em África e com a situação incontrolável há muitos meses no Brasil, estão a obstaculizar a recuperação mundial que as grandes casas financeiras internacionais esperam que ocorra no segundo trimestre de 2021.
Alias, a Índia é agora o balde de água fria que diariamente é despejado sobre o incandescente optimismo que se aninhou nos mercados de crude nas últimas semanas, tendo mesmo sido alcançados os valores pré-pandémicos, com o barril a chegar aos 67 USD.
Mas esse optimismo parece não estar a resistir aos recordes de novas infecções diárias na Índia. Há cinco dias que a Índia atinge picos máximos de casos, o que levou mesmo alguns países, com a situação sob controlo, como é o caso dos EUA e alguns europeus, a enviar equipamentos hospitalares e oxigénio, que começam a faltar naquele gigante asiático.
Esta situação na Índia veio deixar ainda mais em evidência a ligação estreita que existe entre a diminuição dos casos da Covid-19 e as recentes valorizações da matéria-prima, sendo que o inverso é igualmente visível.