O anúncio consta de uma nota citada pela agência Lusa, em que a PGR afirma que o inquérito é dirigido pela Direção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção e "encontra-se sob segredo de Justiça".

"As conclusões do inquérito serão oportunamente levadas a conhecimento público, sem prejuízo do segredo de Justiça", refere a mesma nota.

O comunicado refere que a PGR teve conhecimento da situação através da denúncia pública feita em conferência de imprensa, na quarta-feira, pelo presidente do conselho de administração da petrolífera, Carlos Saturnino, sobre "transferências monetárias irregulares ordenadas pela anterior administração da Sonangol e outros procedimentos incorrectos"

O inquérito visa "investigar os factos ocorridos, bem como o eventual enquadramento jurídico-criminal dos mesmos", esclarece a nota da PGR, citada pela Lusa.

O PCA da Sonangol, Carlos Saturnino, revelou, em conferência de imprensa realizada na quarta-feira, que o antigo administrador financeiro da Sonangol transferiu, já depois de ter sido exonerado, 38 milhões de dólares para o Dubai,

"Tomámos posse no dia 16 de Novembro de 2017 e nesse dia, à noite, apercebemo-nos que o administrador que cuidava das finanças na Sonangol, embora tivesse sido exonerado no dia 15, ordenou uma transferência no valor de 38 milhões de dólares para a Matter Business Solution, com sede no Dubai", acusou Carlos Saturnino.

O presidente do conselho de administração adiantou que a transferência em causa foi efectuada através do banco BIC, onde a sua antecessora, Isabel dos Santos, é accionista.

Segundo o gestor, esse "passou a ser um dos bancos preferenciais a nível da Sonangol".

Para além da transferência de 38 milhões de dólares, Carlos Saturnino avançou que "no dia 17 de Novembro houve o pagamento de mais quatro facturas também".

Diante destes movimentos, o PCA questionou: "Como é que pessoas que tinham sido exoneradas pelo Governo ainda faziam transferências?".

Apesar de referir que "isso dispensa comentários", o responsável defendeu que "não pode ser um acto de boa-fé de certeza absoluta".

A polémica sobre alegadas transferências da anterior administração já depois da exoneração estalou em Dezembro passado.

Na altura, Isabel dos Santos atribuiu tudo a uma "campanha de difamação".