O valor inicial do contrato ronda, segundo uma nota da ENDIAMA citada pela Angop, os 100 milhões de dólares norte-americanos, e será para "assegurar o pagamento dos custos relativos à finalização dos estudos necessários para o fornecimento de dados e informações seguras para a conclusão do estudo de viabilidade técnica e económica".
Este valor servirá também, de acordo com a ENDIAMA, para "alavancar o projecto da lavra mineira e garantir os equipamentos necessários para a efectivação do projecto e arranque experimental, dentro de dois anos".
O projecto do Luaxe, próximo do Projecto Mineiro da Catoca, a 4ªa maior mina de diamantes do mundo, na Lunda Sul, onde também está a russa Alrosa, que gere o empreendimento, começou a ser consolidado em 2012, quando foi descoberto.
A conclusão da primeira fase do arranque da mina kimberlítica do Luaxe vai consumir 350 milhões de dólares, tendo já sido investidos de 2007 para cá 200 milhões de dólares, nos trabalhos de prospecção geológica e não só.
Neste momento, de acordo com o PCA da ENDIAMA, a mina de Luaxe está em fase de produção experimental, pelo que estão a ser desenvolvidos trabalhos no sentido de se ter maior conhecimento do mineiro que possui uma área de concessão de 1195 quilómetros quadrados, "mas produzindo já alguma coisa".
Em busca de um lugar entre os maiores produtores do mundo
Angola tem em curso, nos últimos anos, especialmente desde que João Lourenço assumiu o poder, um conjunto de investimentos, medidas legislativas que visam acelerar a produção nacional e ainda um conjunto de operações envolvendo as forças de segurança para garantir a redução do garimpo ilegal cujo objectivo final é colocar Angola entre os três maiores produtores do mundo.
Com uma produção média de mais de 9 milhões de quilates por ano e com alguns dos mais importantes kimberlitos do mundo, seja o da Catoca, o 4º maior do mundo, seja ainda o promissor investimento do gigante russo Alrosa, no Luaxe, igualmente um dos maiores kimberlitos do mundo, a Endiama, ainda em Fevereiro deste ano repetia o objectivo de alcançar uma produção média de 14 milhões de quilates.
Actualmente, apesar de estar entre os grandes produtores mudiais, Angola ainda está longe do pódio, que é ocupado pela Rússia, Botsuana e a República Democrática do Congo, estando ainda entre outros gigantes, como o Zimbabué, a Austrália ou o Canadá.
Recorde-se que a Rússia, segundo números de 2014, produziu mais de 39 milhões de quilates, o Botsuana passa ligeiramente os 23 milhões, enquanto a RDC, sem números oficiais fiáveis, deverá ter uma produção a rondar os 15 milhões de quilates, numa grande percentagem oriundos do garimpo artesanal e muito deste ilegal, por isso fora das contas oficiais.
Para ultrapassar estes três produtores, Angola vai precisar de ver o projecto mineiro do Luaxe activo, sendo que a russa Alrosa já avançou como estimativa para esta mina, o 4º maior kimberlito do mundo, situado na Lunda Sul, próximo da Catoca, a presença de quilates no valor de 35 mil milhões USD, podendo levar a que o país, com a sua produção anual estimada de 9 milhões de quilates, quase que duplique a actual produção quando em plena actividade.
Mas, além da gigante russa Alrosa, o Governo angolano precisa de atrair outros investidores, tendo, para isso, produzido fortes alterações à anterior legislação, sendo o toque mais notado a liberalização das vendas que estava, até há pouco tempo sujeitos à lógica do comprador preferencial.