A proposta de Carlos Saturnino foi partilhada com os jornalistas na conferência de imprensa da passada quarta-feira, 28 de Fevereiro.
De acordo com o gestor, a taxa de câmbio utilizada há dois anos pela Sonangol é de 155 kwanzas por dólar, "mais baixa do que os 166 kwanzas que o BNA utilizava anteriormente".
O resultado, apontou o responsável, é que petrolífera não consegue obter divisas na mesma proporção que gasta.
"Portanto, 155 kwanzas por um dólar, nem que a gente recolha grande parte do dinheiro da venda dos combustíveis em kwanzas, não conseguimos comprar na mesma proporção as divisas para comprar os combustíveis outra vez", explicou o responsável.
"Vejam qual é o esforço que a Sonangol faz em prol da economia e em prol da satisfação da população angolana", reforçou Carlos Saturnino, acrescentando: "Nós pagamos uma grande parte da factura que toda a gente utiliza em termos de combustíveis nesse país".
Para alterar esta realidade, o presidente do conselho de administração propõe que se parta do exemplo do BNA.
"Presentemente e olhando para o novo figurino das taxas de câmbio que o BNA definiu, por exemplo, nós temos estado a pensar por que é que se há um intervalo para uma taxa de câmbio variável ou flutuante, porque é que não estudaríamos um mecanismo para os preços dos combustíveis também num intervalo flutuante e variável?", questionou.
Apesar de reconhecer que se trata de uma solução "difícil ou complicada", Saturnino adiantou que "é assim que alguns países fazem".
O PCA lembrou ainda que esse sistema não deve ser visto como sinónimo de aumentos de tarifas. "O preço na bomba pode subir, mas também pode descer, o mecanismo tinha que prever isso", apontou.