De entre os esforços para debelar e identificar a doença e a sua origem, as autoridades são-tomenses pediram a ajuda a especialistas portugueses e à Organização Mundial de Saúde (OMS), estando ainda por saber os resultados das análises feitas.

Para já, segundo adianta a Lusa hoje, um tratamento proposto pelo infecciologista Kamal Mansinho, da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, não produziu quaisquer resultados, tendo a doença continuado a sua progressão após a aplicação da terapia indicada há cerca de dois meses.

O tratamento foi aplicado aos doentes diagnosticados há dois meses, eram cerca de 600, mas o aumento significativo de diagnósticos com os sintomas associados a estranha doença, bolhas e dores intensas nos membros e pele avermelhada, levou as autoridades do arquipélago a pedir a intervenção da OMS, que enviou para o país um especialista do Benim.

Ghislain Sopoh, do Benim, disse hoje aos jornalistas, citado pela Lusa, que "ainda é prematuro" definir o tipo de patologia que está a afectar os são-tomenses.

Mas a urgência de uma resposta é evidente, porque, como disse Maria Tomé, directora dos cuidados primários de Saúde de São Tomé e Príncipe, uma das unidades hospitalares preparada para acolher apenas estes doentes, já está completamente cheia e os custos dos internamentos são muito elevados e a hospitalização prolongada dos doentes representa dificuldades acrescidas, tanto técnicas como financeiras.

Para já, o que permite minimizar a gravidade da doença, é que esta, apesar de ser directamente responsável pelas mortes registadas, só teve resultados fatais em doentes com um quadro clínico onde constam doenças que fragilizam o sistema imunitário, como a diabetes, por exemplo.

Ainda de acordo com a Lusa, a gravidade da situação levou o ministério da Saúde utilizar a rádio e a televisão pública para emitir permanentemente anúncios a alertar a população sobre o risco da doença e os seus sintomas, bem como os cuidados a ter.