A iniciativa, sem precedentes, de Pete Hegseth está a gerar grande apreensão em todo o mundo, porque a maior parte dos analistas entende que uma reunião desta envergadura e sem precedentes tem de ter como objectivo algo de extrema relevância.
Este anúncio surge pouco tempo depois de ter visto o seu cargo mudar de nome de secretário da Defesa para secretário da Guerra, o que, para as mentes mais dadas ao drama, acrescenta tensão numa altura que já é marcada por várias frentes de erosão da estabilidade mundial.
E em que se está no day after às declarações polémicas do Presidente Trump sobre a guerra na Ucrânia, onde este (ver aqui) admite que pode apoiar - apesar das diversas interpretações possíveis - Kiev a recuperar todos os territórios ocupados pelos russos e ir "ainda mais além".
Além disso, na Casa Branca não se esconde, como o sublinhou por várias vezes a porta-voz de Donald Trump, Karoline Leavitt, que os EUA podem avançar com uma operação militar de grande envergadura na Venezuela para depor o regime de Nicolas Maduro.
Além disso, em pano de fundo está sempre a possibilidade de os EUA avançarem com Israel numa guerra aberta contra o Irão, como Donald Trump e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyhau não escondem que é uma forte possibilidade a qualquer momento.
A ordem de convocação dos mais de 800 generais de três e quatro estrelas, e almirantes, para o quartel dos Marines, Quantico, na Virgínia, já na próxima semana, quando se sabe que os EUA possuem meios sofisticados para comunicar de forma inexpugnável por videoconferência, só pode significar que estes vão ser informados de algo de grande escopo.
Todavia, não é claro que se esteja perante uma eventual declaração de guerra, seja ao Irão, à Venezuela, que são os casos mais próximos, ou à Rússia, o que fica em aberto devido às estranhas declarações de quinta-feira, 25, de Trump, ou mesmo à China, que o Pentagono não esconde ter plano para entre em conflito nos próximos cinco anos.
Por exemplo, o coronel Douglas MacGregor, antigo conselheiro de Donald Trump no seu primeiro mandato, num podcast no YouTube, admitiu a estranheza da convocação, mas sublinhou que a razão pode estar num anúncio importante mas relacionado com o redimensionamento das Forças Armadas norte-americanas.
Em cima da mesa, segundo o coronel MacGregor, pode estar apenas uma redução impactante do número de generais e almirantes, claramente em número excessivo actualmente, ou a mudança da natureza estratégica do Exército, da Marinha e da Força Aérea, que pode passar a priorizar a segurança interna e não a política externa dos Estados Unidos.
O mesmo, por outras palavras, disse Trump, que apelidou este encontro alargado num com texto de redimensionamento e reestruturação do Pentagono no contexto da alteração da Secretária da Defesa, que passa a chamar-se Secretária da Guerra, o que, por si só, não garante que tantos generais e almirantes juntos signifiquem forçosamente "paz".
Para já, a única coisa que se sabe é o que foi dito pelo porta-voz do Pentagono, Sean Parnell, que o Secretário da Guerra vai dirigir-se aos seus oficiais seniores na próxima semana.
Todavia, não faltam razões para apreensão em todo o mundo, até porque entre os mais surpreendidos estão os próprios convocados, como notam os media internacionais, que nunca se depararam com uma situação destas, obrigando a alterações de agenda que vão custar muitos milhões de USD.
Além disso, deixam forças de dezenas de milhares de militares sem comando superior em todo o mundo, põe em risco a segurança dos EUA, com centenas dos seus oficiais mais graduados em deslocações apressadas, que normalmente são organizadas ao longo de semanas, quando existem meios seguros e testados para as comunicações, mesmo as mais melindrosas... inclusive, como já sucedeu, aquando de declarações de guerra.
Certo e seguro é que mesmo com o Presidente Donald Trump a garantir que é um encontro pacífico, o mundo vai estar focado na agenda deste inusitado e sem precedentes encontro de tantas "estrelas" do Exército, Marinha e Força Aérea dos EUA num só sítio.