Zabihullah Mujahid (na foto) apostou claramente na consolidação das relações com a China com quem esperam cimentar uma "relação muito sólida" e aprofundar a confiança mútua porque "a China é um país muito importante em todo o mundo e especialmente nesta região", enfatizando o facto de o gigante asiático ser um dos vizinhos com fronteira a ligar o Afeganistão.
Com isto, não escondeu Mujahid, o que os talban pretendem é garantir o apoio de Pequim tanto económico como diplomático de forma a normalizar o poder em Cabul e o reconhecimento deste grupo islâmico radical como legítimo titular da governação afegã.
Com isso, depois esperam, adiantou, que o investimento chinês seja fundamental para fazer avançar a indústria mineira no país, considerado o sector mais promissor do país, consideravelmente rico em minerais estratégicos fundamentais para a indústria de ponta na área das novas tecnologias, na aviação ou na produção de energias alternativas.
Esta energia parece complementar na perfeição as recentes declarações das autoridades chinesas que pediram abertamente que o mundo não deixe de manter contacto com os taliban e que assume o protagonismo de conduzir esforços nesse sentido, ao mesmo tempo que se disponibilizaram para apoiar o país no seu processo árduo de normalização.
Nesta entrevista à televisão chinesa em língua inglesa, citada pelas agências de notícias e outros media internacionais, o porta-voz dos taliban, que assumiram o poder em Cabul a 15 de Agosto, parcialmente, e por inteiro desde 31 de Agosto, dia em que o último soldado dos EUA saiu do Afeganistão, apontou baterias a Washington, criticando a sua política externa para este país asiático, onde aportaram em massa em 2001, após os ataques ao WTC de Nova Iorque, causando a morte a milhares de pessoas com o desabamento das torres gémeas.
E adiantou que a comunidade internacional devia mostrar interesse para investigar a morte de mais de 47 mil afegãos por acção directa ou indirecta dos militares norte-americanos que ocuparam o país nas últimas duas décadas.
O porta-voz aproveitou para atacar mais uma vez a política externa de Washington e denunciar a morte de "pelo menos 47.245 civis afegãos nas mãos de militares norte-americanos, nos últimos vinte anos", algo que "deve ser investigado".