A história recordá-lo-á decisão anunciada num discurso que proferiu no parlamento da África do Sul no dia 2 de Fevereiro de 1990, de libertar aquele que viria a ser o primeiro Presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela.
No mesmo dia e no mesmo discurso, que fez com que vários membros do parlamento sul-africano abandonassem a câmara, anunciou igualmente o levantamento da proibição do Congresso Nacional Africano (ANC) e de outros grupos políticos anti-apartheid.
Foi o princípio da mudança na África do Sul. De tal modo que muitos afrikaners brancos de direita, descendentes dos colonos holandeses e franceses que há muito governavam o país, o viram como um traidor das suas causas de nacionalismo e supremacia branca.
A vida de de Klerk ficou intimamente ligada à de Mandela, com quem, de resto, partilhou o Prémio Nobel da Paz, em 1993, pela sua cooperação no processo de afastamento da África do Sul do racismo institucionalizado e em direção à democracia.
Em 2006, nas comemorações dos 70 anos de de Klerk, Nelson Mandela elogiou o seu antecessor por ter dado o passo em frente para a democracia no país.
"Demonstrou coragem que poucos tiveram em circunstâncias semelhantes", afirmou Mandela falecido em Dezembro de 2013 aos 95 anos, menos de seis meses antes do 20º aniversário das primeiras eleições livres na África do Sul.