Com Cyril Ramaphosa, seguem para as duas capitais em guerra, os Presidentes Abdel Fattah El-Sisi, do Egipto, Yoweri Museveni, do Uganda, da República do Congo, Denis Sessou Nguesso, e do Senegal, Macky Sall.

Alguns media chegaram a admitir que o Presidente angolano, João Lourenço pudesse estar nesta delegação, até pelo seu relevante papel na busca de resolver problemas semelhantes em África, ostentando mesmo, por isso, o título de campeão africano na busca da paz e estabilidade outorgado pela União Africana.

A tarefa não é fácil - ainda não há uma data para o início da viagem - mas mal não fará, terá pensado Ramaphosa, que está a viver no seu país uma grave crise social e económica, além de uma forte pressão dos EUA por causa de um alegado carregamento de armas para a Rússia (ver aqui e aqui) e este passo, pelo menos, permite alguma folga no calor da política interna sul-africana.

O facto de russos e ucranianos darem as boas-vindas aos lideres africanos não tem especial significado no que toca à possibilidade de um resultado diferente do que está a ser feito pela China ou o Brasil, entre outros, mas acrescenta volume aos esforços internacionais em curso para acabar com uma crise que está a levar acrescidas dificuldades em todo o continente africano, especialmente vulnerável às oscilações dos mercados, seja no da dívida, seja no dos cereais, entre outros.

Segundo o ministério dos Negócios Estrangeiros sul-africano, os seis Presidentes que vão a Moscovo e Kiev são aqueles que mostraram interesse em ajudar a este esforço, embora seja igualmente verdade que entre os seis estão presentes fortes aliados históricos dos russos, como o próprio Ramaphosa, e mais próximos do ocidente, como Makcy Sall, do Senegal, ou ainda com boas relações com ambos os lados (Rússia e EUA), como o egípcio el-Sisi, fundamental porque qualquer acordo de cessar-fogo terá sempre de passar por Washington, o de longe maior aliado de Kiev nesta guerra com a Rússia.

Este esforço africano junta-se no palco das tentativas ao esforço da China, que tem actualmente um enviado especial do Presidente Xi JInping entre as duas capitais com o mesmo objectivo da delegação africana.