A missão do FMI manteve esta semana um encontro com o secretário de Estado para o Planeamento, o governador do Banco Nacional de Angola, o representante do FMI em Angola, o PCA da Administração Geral Tributária, o director geral da Unidade de Gestão da Dívida (UGD), e a equipa técnica angolana composta por quadros do BNA e dos Ministérios das Finanças e do Planeamento.

A finalidade desta missão é, segundo o chefe da missão, Mika Saito, avaliar a capacidade de Angola para fazer os reembolsos ao fundo, face aos riscos da descida dos preços de petróleo e o aumento dos spreads soberanos, que colocam uma grande pressão nas condições macroeconómicas de Angola.

Mika Saito sublinhou que, apesar dos desafios enfrentados em 2023, Angola demonstrou resiliência, sendo a sua capacidade de reembolso ao FMI considerada adequada, embora sujeita a riscos. Acrescentou que os trabalhos em curso estão relacionados com o esforço do Fundo "para identificar, de forma atempada, eventuais riscos à viabilidade financeira do país no médio prazo".

"As perspectivas macroeconómicas para o período 2025-2027 mantêm-se desafiantes, reflexo de um ambiente internacional menos favorável, progressos moderados nas reformas estruturais e uma elevada dependência do sector petrolífero", afirmou Saito, referindo ainda que a inflação, impulsionada pela depreciação cambial e por choques do lado da oferta, deverá iniciar uma trajectória descendente no segundo semestre de 2025, beneficiando do reforço do enquadramento da política monetária.

Segundo o secretário de Estado para as Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos "os dados apresentados pelo FMI estão muito próximos daquilo que são as projecções feitas por Angola, para 2025, e será necessário trabalhar-se mais tempo para se poder afinar os números com a instituição financeira".

A missão conjunta do FMI vai manter encontros de trabalho com vários departamentos ministeriais até ao próximo dia 13 de Maio, com o propósito de monitorar a sustentabilidade das finanças públicas, avaliar os riscos macroeconómicos emergentes e aprofundar o diálogo em torno das reformas estruturais necessárias à estabilidade e ao crescimento sustentado da economia nacional, segundo o Ministério das Finanças.