A refinaria ilegal, que vivia do petróleo roubado directamente dos oleodutos que atravessam grande parte do sul da Nigéria, especialmente o Delta do Niger, nesta província de Imo, explodiu e apanhou mais de uma centena de pessoas que ali procuravam tratar o crude para depois o revenderem na forma de combustível.
Segundo as autoridades policiais da província de Imo, até hoje, segunda-feira, ainda não tinham sido feitas nenhumas detenções porque os esforços estavam concentrados nas operações de socorro, num cenário de devastação e tragédia.
Mas, segundo o responsável pela comunicação policial, os dois responsáveis por esta refinaria clandestina já estão identificados, sãoo conhecidos da polícia e estão a ser intensamente procurados.
Segundo os media locais, as equipas de socorro depararam-se com um cenário de "absoluto terror" com dezenas de corpos de pessoas totalmente carbonizados e irreconhecíveis depois da explosão dos depósitos dos combustíveis refinados nesta unidade clandestina.
A solução que está a ser pensada para lidar com este problema é a realização de uma cerimónia fúnebre colectiva.
O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, já considerou esta tragédia como um despertar nacional para lutar contra o problema do negócio gigantesco que é o roubo de crude a partir dos oleodutos que as grandes multinacionais ergueram para tirar o produto da sua exploração tanto onshore como off shore.
A ocorrência de acidentes deste tipo é comum no Delta do Níger, o principal ponto de produção de petróleo do país que lidera o ranking dos produtores em África, e há mesmo uma economia baseada no roubo de petróleo dos pipelines, que alimenta há décadas milhares de pessoas que vivem deste expediente,
Tal como grupos de guerrilheiros, como os famosos "Vingadores do Delta - Delta Avengers", que juntam ao negócio do roubo e gestão partilhada de refinarias clandestinas, as ameaças de ataques que as petrolíferas e o Governo de Abuja evitam pagando avultadas somas.
A Lusa avança, citando o Departamento de Defesa da Nigéria, que cerca de 30 refinarias ilegais foram encerradas na região do Delta do Níger em apenas duas semanas, tendo anunciado a criação de uma equipa de trabalho para conter o roubo de petróleo bruto, que já levou a prejuízos superiores a 3 mil milhões USD em menos de um ano.