João Lourenço, que é o actual Presidente em exercício da Comunidade de Países da África Austral (SADC), sublinhou que Hage Geingob, que morreu esta madrugada num hospital de Windhoek, foi "um lutador pela liberdade de África, que soube desde muito jovem dedicar-se à causa do resgate da dignidade dos povos africanos, da autodeterminação, da independência e da soberania dos países do continente".

Lembrando que teve a oportunidade de lidar de perto com Geingob (ambos na fotografia), o Chefe de Estado angolano sublinhou "a forma enérgica, determinada e vigorosa com que abordava todos os temas sensíveis, quer os respeitantes à vida interna do seu país, como os que se relacionavam com a África no seu todo".

"Perdemos uma figura ímpar da história contemporânea do povo namibiano, que deixa um vazio difícil de se preencher por não ser fácil substituir-se um homem com a sua força moral, com a sua integridade e com a vontade férrea que o caracterizava, de projectar a África para um futuro de desenvolvimento e bem-estar dos seus povos", nota João Lourenço.

E acrescenta: "Nesta ocasião dolorosa, quero apresentar, na qualidade de Presidente da República de Angola e na de Presidente em Exercício da SADC, ao povo namibiano, ao seu governo e à família enlutada, as mais sentidas e profundas condolências".

O Presidente da Namíbia, Hage Geingob, morreu nesta madrugada, pouco depois da meia noite, aos 82 anos, num Hospital de Windhoek, a capital namibiana, vítima de um cancro.

Hage Geingob, que era um dos lideres africanos mais respeitados, tinha sido diagnosticado com um cancro em 2023 e anunciou, a 08 de Janeiro, ao país que estava a ser tratado à doença, tendo mesmo ido aos Estados Unidos para o efeito.

Regressou a Windhowk a 30 de Janeiro, onde acabaria por morrer esta madrugada, segundo o Governo namibiano, às 00:04, no privado Hospital Lady Pohamba.

Geingob estava no cargo desde 2015, onde se distinguiu pelo exemplo de rigor no uso dos recursos do país, como pode ser revisitado, aqui, quando recusou uma suite de luxo em Nova Iorque, aquiando de uma cimeira da ONU, ou aqui ou ainda aqui, m notícias feiras pelo Novo Jornal.

Foi primeiro-ministro entre 1990 e 2002, no Governo do então Presidente Sam Nujoma.

O Presidente da África do Sul descreveu Geingob como um extraordinário namibiano e recordou o seu passado enquanto veterano da luta pela independência do país contra o colonialismo e o apartheid.

Em comunicado, o Presidente interino, Nangolo Mbuma, escreve que "o país perdeu um ícone da luta pela libertação e o pilar da Nação".

A Namíbia tem previstas eleições gerais em Novembro deste ano.