E sem os holofotes mediáticos, que são o farol que conduz e guia a estratégia ucraniana para obter mais armas e mais dinheiros dos amigos ocidentais, cada vez mais distantes e de mãos menos abertas, especialmente os americanos, em Kiev instalou-se o pânico.
Além disso, nas poucas notícias que ainda chegam aos media, começa a ganhar espaço e foco a sucessão de ganhos territoriais das forças russas, bem como a sua supremacia no terreno, embora a recente chegada dos primeiros F-16 tenha merecido também alguma atenção, sendo que uma das notas mais destacadas é que estes dificilmente vão fazer qualquer diferença no curso da guerra. (ver links em baixo)
Para demonstrar que assim é, nos seus vídeos diários, de "vendedor ambulante", como lhe chamou o antigo Presidente dos EUA e candidato de novo ao cargo, Donald Trump, Volodymyr Zelensky tem reforçado o empenho em sublinhar as crescentes necessidades e a redução do fornecimento em armas e dinheiro.
Provavelmente foi estabelecido em Kiev uma ligação entre a redução do fornecimento de dinheiro e armas de Washington e de Bruxelas e a quase extinção de noticiário sobre a guerra nos media, especialmente nos norte-americanos e nos britânicos.
Dai que os ucranianos lançaram nas últimas horas uma operação de grande envergadura sobre o território russo, a nordeste da capital ucraniana, na região de Kursk, sudoeste russo, para voltar a colocar o assunto nas capas dos jornais, empregando nesse avanço 300 soldados e mais de 30 veículos militares.
Do lado russo rapidamente foi considerada uma operação falhada dos ucranianos. Segundo o Ministério da Defesa russo, citado pela RT, os ucranianos perderam metade dos carros de combate e de transporte de infantaria e pelo menos 20 mortos e duas dezenas de feridos.
O ataque ocorreu na área de Nikolayevo-Daryino e Oleshnya, localidades fronteiriças russas, onde as forças ucranianas da 22ª Brigada Mecanizada entraram com 11 carros de combate pesados e 20 de transporte militar.
Antes de avançar, a coluna foi precedida por uma forte barragem de artilharia e drones kamikazes sobre as posições defensivas russas.
Na resposta, diz ainda RT, os russos recorreram à avião táctica, com os SU-25, de ataque ao solo em proximidade, que atacaram as concentrações ucranianas de pessoal e equipamento, tendo perdido seis blindados, dois veículos de combate ligeiro e quatro de transporte de tropa, tendo ainda perdido a vida 20 militares.
A RT nota ainda que houve perda de vidas entre os civis russos da região sob ataque, especialmente na cidade de Druzhba, que é um junção importante do gás e do crude russos para a Europa Ocidental, mas não refere quaisquer baixas do lado das forças russas.
Do lado o ucraniano, onde não se referem quaisquer baixas próprias, salienta-se o avanço de mais de 10 kms em profundidade no território russo, na região de Kusrk, onde foi bombardeado um comboio carregado de blindados russos.
Citado pelo britânico The Guardian, Andrii Kovalenko, do conselho de segurança ucraniano, garante que "os russos mentem sobre a realidade no terreno e sobre o controlo da situação, porque a verdade é que eles já não controlam a sua fronteira".