O Presidente dos Estados Unidos da América está, disse Dmitri Peskov esta manhã de segunda-feira, 18, citado pela RT, a televisão estatal russa com serviço em línguas estrangeiras, a arriscar uma escalada séria no conflito.
Se essas notícias se confirmarem, "isso indica que se está perante uma dramática escalada" nesta guerra que faz esta terça-feira, 19, mil dias desde a invasão russa do leste ucraniano, referindo-se ao levantar das restrições de Washington no uso dos ATACMS (Ver aqui) para atacar território russo.
O porta-voz de Putin sublinhou ainda que a posiçºa russa é conhecida há meses, desde que o Presidente russo traçou o significado desse passo vir a ser dado, porque o disparo destes projecteis balísticos de longo alcance não pode ser feto sem a acção directa e presencial de militares e técnicos norte-americanos no terreno.
O que quer dizer que se tal vier a acontecer, são militares norte-americanos a atacar directamente solo da Federação Russa fora do contexto da invasão de 2022, reiterando que se tal vier a suceder, "estar-se-á perante uma guerra dos países da NATO contra a Rússia".
A RT nota ainda que Peskov não comentou a possibilidade desta situação poder ser atenuada na sua gravidade se vier a ser revogada a 20 de Janeiro, quando o Presidente-eleito, Donald Trump, assumir o cargo.
Mas insistiu na ideia de que se for verdade, esse passo é "uma inequívoca espiral qualitativamente na escalada das tensões e uma qualitativamente nova situação em termos do envolvimento dos EUA neste conflito".
É de recordar, especialmente neste contexto, que, no momento da invasão russa, que foi uma consequência da crise gerada em Kiev em 2014, com o golpe de Estado levado a cabo com o apoio dos EUA, afastando do poder um Presidente pró-russo, Viktor Yanukovich, tanto Biden como Putin falaram abertamente dos riscos de um confronto directo entre os dois países.
Tanto Joe Biden como Vladimir Putin afirmaram nessa altura, em Março de 2022, que um tiro disparado directamente entre forças russas e forças da NATO - que é o caso, segundo Putin se se confirmar esta notícia - conduziria, "inevitavelmente, a um conflito aberto e a uma catástrofe nuclear mundial".
Embora não exista uma confirmação directa de Washingtom, em Kiev, o Presidente Zelensky já o admitiu, ao garantir que não é com palavras que se resolvem estes problemas e que "vão ser os misseis vão falar".