O envio deste contingente militar, que inicialmente será composto por algumas dezenas de elementos, incluindo oficiais de vários ramos e unidades de "inteligência", podendo depois chegar aos mil homens, ainda não tem dada confirmada mas a organização aponta para o dia 01 de Novembro.
Logo após o assassinato do general Motsomotso, a SADC enviou uma delegação, onde estava inserido o ministro das Relações Exteriores, Georges Chicoty, enquanto líder da troyka, com o objectivo de analisar a situação no pequeno reino encravado no interior da África do Sul, conhecido pelas suas montanhas imponentes.
Esta missão produziu um relatório que foi, na passada semana, analisado numa Cimeira de Chefes de Estado e de Governo convocada por Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, na qualidade de presidente rotativo da SADC, em Pretória, da qual saiu a decisão de colocar uma missão militar no Lesoto por forma a acompanhar o desenrolar da crise e a assegurar que as investigações em torno do assassinato do comandante Motsomotso seguem o seu curso sem pressões.
Na mesma ocasião, a SADC, pela voz de Zuma, tornou público um veemente apelo à calma no pequeno reino, ao mesmo tempo que condenava de forma vigorosa o ataque que vitimou o oficial general.
Motsomotso foi assassinado no quartel das FA, em Maseru, capital do Lesoto, por dois militares adversários que irromperam pelo seu escritório à forma, provocando ainda a morte de um elemento da sua segurança pessoal.
Recorde-se que o Lesoto vive há vários anos uma profunda instabilidade política, envolvendo golpes militares e ainda outros assassinatos de generais, como foi o caso, em 2015, do antigo comandante das forças de Defesa do país, o brigadeiro Maaparankoe Mahao.
O assassinato de Motsomotso "não pode passar à margem das obrigações da SADC, especialmente quando aconteceu apenas dois anos depois do mesmo ter acontecido ao seu antecessor Maaparankoe Mahao", disse Zuma, citado pela imprensa do seu país.
"A crise no Lesoto não pode continuar para sempre como se fosse normal. Precisamos de uma decisão rápida e eficaz da SADC", notou ainda o Presidente sul-africano, acrescentando que a organização deve garantir que o país cumpre as suas indicações e resoluções, nomeadamente "as reformas nos sectores judicial, parlamentar, militar e público".
A SADC sublinhou igualmente a importância da intervenção do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que, na qualidade de Presidente do órgão de Política, Defesa e Segurança da SADC, "prontamente enviou a missão ministerial" ao Lesoto, o que ocorreu logo após 5 de Setembro, quando foi assassinado o general Motsomotso.