"O número total de pessoas presas é agora de 1.232, e o número de mortes de 72 pessoas", anunciou em comunicado o Comando Nacional Operacional e de Inteligência Conjunto (NATJOINTS, na sigla em inglês), citado pela imprensa local.

De acordo com a polícia sul-africana, há agora 45 vítimas mortais em Gauteng, o motor da economia do país, e outros 27 óbitos contabilizados no KwaZulu-Natal, em resultado dos distúrbios violentos, saques e intimidação que fustiga partes do país. O comunicado refere também que as forças de segurança efectuaram até ao momento 683 detenções em Gauteng, sendo que no KwaZulu-Natal, foram detidas 549 pessoas.

Os tumultos espalharam-se na noite desta terça-feira às províncias do Cabo do Norte e Mpumalanga, que faz fronteira com Moçambique e Essuatíni (antiga Suazilândia), avançou o portal sul-africano News24.

O governante do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês) precisou que 10 pessoas morreram na manhã desta terça-feira durante acções de pilhagem por uma multidão a um centro comercial em Meadowlands, Soweto, oeste de Joanesburgo.

"As pessoas que perderam a vida são membros da família que estavam lá e alguns deles participaram nos saques", adiantou David Makhura em declarações à televisão sul-africana SABC. "Temos um oficial da Polícia Metropolitana de Ekurhuleni [município no leste de Joanesburgo] que levou um tiro", explicou.

Na tarde desta terça-feira, vários centros comerciais continuavam a ser saqueados em Gauteng e KwaZulu-Natal, segundo a imprensa. A Câmara de Comércio de Joanesburgo instou as autoridades sul-africanas a restaurar a ordem pública no país. "O momento já é difícil nos negócios e no país. Os postos de trabalho estão em risco e a continuidade da violência só levará ao encerramento de mais empresas e ao aumento do desemprego", declarou o presidente da organização Shawn Theunissen.

O Presidente Cyril Ramaphosa, que é também presidente do ANC, o partido no poder na África do Sul desde 1994, disse numa comunicação ao país, na noite de segunda-feira, que "acções serão tomadas contra aqueles que saqueiam e continuam com violência e intimidação.

"Embora possam ser actos oportunistas de pilhagem causados por privações e pobreza, os pobres e marginalizados suportam o impacto final da destruição", considerou o chefe de Estado sul-africano.

Na Cidade do Cabo, onde os centros comerciais foram encerrados devido aos distúrbios no KwaZulu-Natal e Gauteng, três pessoas foram assassinadas na manhã de hoje e outras seis ficaram feridas em confrontos armados entre motoristas de táxi, divulgou a Polícia em comunicado citado pela imprensa.