Os delegados dizem que lhes foi prometido que, nesta quinta-feira,26, seriam pagos os subsídios referentes ao trabalho que prestaram no dia da votação.

"Nos prometeram que hoje seria o dia de nos pagarem. Infelizmente, ninguém apareceu aqui na sede do partido APN e fomos expulsos com violência pela Polícia", disseram ao Novo Jornal vários delegados do partido de Quintino Moreira.

Concentrados na sede do partido, no Kinaxixi, para receberem o pagamento de 30 mil kwanzas cada, os delegados foram surpreendidos pela Polícia Nacional, que os expulsou do local com disparos de balas de borracha e gás lacrimogéneo.

Na sede do partido FNLA, os delegados de lista não querem entregar as cópias das actas síntese enquanto não forem pagos os subsídios de alimentação e o pagamento referente ao trabalho prestado.

"Viemos à sede do partido com o objectivo de entregar as actas e sermos remunerados. Infelizmente não querem, alegando que só irão fazê-lo no sábado", disse ao Novo Jornal Domingos Santanas, delegado de lista.

Cenário idêntico verifica-se na zona baixa de Luanda, na sede da Coligação Eleitoral CASA-CE, onde mais de 300 delegados de lista protestam em frente à sede da coligação pelo pagamento dos seus subsídios referentes ao trabalho prestado.

Protestos idênticos ocorrem na sede do Partido de Renovação Social (PRS), onde os delegados exigem que sejam esclarecidos pela direcção do partido liderado por Benedito Daniel.

Nesta altura, apurou o Novo Jornal, vários delegados de lista da FNLA, nos congolenses, e da APN , na zona do São Paulo, são reprimidos de forma compulsiva pela Polícia Nacional.

Aos jornalistas, o director de segurança pública e operações da Polícia Nacional, Comissário Orlando Bernardo, assegurou que tem o controlo da situação e que não irá permitir que actos de vandalismo e de subversão da ordem pública e da circulação automóvel ocorram pelos delegados em protesto.

O comissário Orlando Bernardo garantiu que as manifestações dos delegados de lista dos partidos políticos concorrentes nas eleições gerais, nada tem a ver com a publicação de resultados pela CNE e aconselhou as direcções das formações políticas a regularizar a situação.

Sobre estes protestes em Luanda, o Novo Jornal tentou ouvir reações das formações políticas APN, FNLA, PRS e CASA-CE, mas não obteve resposta.