Edeltrudes Gaspar Costa, o "Nandinho" do Bairro Popular que se tornou o "Kopelipa" no Executivo de João Lourenço (JLO), foi ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente JES e é, actualmente, director de gabinete do actual Chefe de Estado. Ninguém chega a JLO sem passar por ele ou sem a sua aprovação. É o verdadeiro "filtro" antes de qualquer aproximação/abordagem ao PR.

Se Nito Cunha (antigo director de gabinete de JES) era "low-profile", mais estático e gostava de actuar em baixa visibilidade, Edeltrudes Costa tem novas dinâmicas, marca presença e vinca o seu espaço nas mais importantes deslocações de JLO pelo País e pelo exterior. Faz questão de mostrar que está por perto e que controla tudo à volta do Chefe. É o mais influente dos seus colaboradores, tem poder de facto e não hesita em exercê-lo. Os membros do Executivo sabem disso, e a maior parte deles teme-o.

O Palácio da Cidade Alta é o centro do poder em Angola. Edeltrudes Costa é a última linha que controla todos os poderes em volta de JLO, não se limitando a ser um mero chefe de gabinete, organizador de agendas ou facilitador de audiências. Ele personifica o poder que vem logo a seguir a João Lourenço, é o fiel depositário dos principais segredos de Estado e é, para JLO, o que Kopelipa era para JES.

Fernando Garcia Miala, antigo chefe do Serviço de Inteligência Externa (SIE), foi recuperado por João Lourenço e renasceu como fénix das cinzas para ocupar o cargo de director-geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SINSE), a nossa secreta interna. Os Serviços de Inteligência são estruturas fundamentais na estratégia de governação e de exercício de poder de João Lourenço. A escolha de Miala para o actual cargo foi criteriosa e bastante objectiva. João Lourenço defende que os Serviços de Inteligência são a primeira linha de defesa e de segurança de qualquer Estado.

O combate à corrupção assumido pessoalmente por João Lourenço e o desmantelamento dos chamados "Marimbondos" passam por ter uma secreta interna forte, actuante, com grande capacidade de análise, antecipação e intervenção. Depois de ter visto a sua missão no SIE interrompida em 2007, tendo sido condenado a quatro anos de prisão por insubordinação, Miala viu, na escolha de João Lourenço, a oportunidade de mostrar, mais uma vez, a sua lealdade à Pátria e de moralizar/disciplinar o sistema.

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Eugénio César Laborinho, actual ministro do Interior, é outro elemento da "troika" dos poderosos e mais próximos ao Presidente da República. O NJ sabe que, entre Eugénio Laborinho e João Lourenço, existe uma relação de amizade e de cumplicidade, sendo o governante uma das pessoas de confiança do também Chefe de Estado.

O Ministério do Interior é uma estrutura muito complexa, extensa e que exige grande capacidade de organização e disciplina, sendo também uma estrutura que enfrenta muitos problemas de corrupção, nepotismo, de recursos técnicos e logísticos, de remuneração, promoção e de capacitação dos seus quadros.

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