Em comunicado, e depois da polémica levantada nas redes sociais quando se soube que iria fazer-se representar numa iniciativa do Chega, em Lisboa, a JURA diz que é apenas "uma oportunidade de interação, aquisição de conhecimentos sobre dinâmicas partidárias e estratégias de juventude no espaço político internacional".

Este ramo juvenil da UNITA diz que a participação gerou "mal-estar em alguns sectores em Angola", mas repudia "qualquer tentativa de distorcer os factos, lançar suspeitas infundadas ou promover actos de discriminação e linchamento público contra jovens que decidiram conhecer outras realidades".

"A JURA é uma organização aberta ao mundo, guiada por princípios de inclusão, pluralidade e liberdade de pensamento", diz o comunicado que rejeita interpretações que associem a iniciativa a afinidades ideológicas com o Chega.

A JURA reiterou o compromisso com a liberdade, a justiça social, a solidariedade e a unidade nacional, defendendo que "nenhuma democracia se consolida alimentando o medo ou a perseguição".

"Crescer é também saber escutar, refletir e, se necessário, discordar com respeito", conclui a nota assinada pela JURA sublinhando que o gesto teve como propósito o intercâmbio de ideias e a preparação política dos seus quadros.

Apesar desta justificação, a UNITA e a sua extensão juvenil têm um desafio pela frente com esta opção, que é desmarcar-se não apenas da ideologia neo-fascista do Chega, mas igualmente das declarações do seu líder, André Ventura, sobre Angola e os angolanos, incluindo o Presidente da República, a quem apelidou de "ditador sanguinário".