"Muitas das deliberações da ERCA caem em saco roto". Essa é a forma categórica como o presidente da Entidade Reguladora da Comunicação Social de Angola (ERCA) reagiu às acusações de inacção e/ou inactividade sobre os alegados actos de parcialidade jornalística, sobretudo dos órgãos de comunicação social públicos.

Há muito que os órgãos de comunicação social públicos têm sido acusados de privilegiar os actos políticos do partido governante, o MPLA, em detrimento dos seus concorrentes. O facto que, nos últimos tempos, tem servido de exemplo para justificar as acusações é a cobertura em directo feita ao VIII Congresso Ordinário do MPLA, ao contrário do que se fez com o Congresso da UNITA, e a cobertura que se tem feito aos comícios dos "camaradas", um tratamento que os políticos na oposição dizem que lhes tem sido negado.

Em exclusivo ao Novo Jornal, o líder da ERCA, Adelino Marques de Almeida, que manifesta o desejo de ver os órgãos de comunicação social com uma independência real, quer do poder político, quer económico, não faz uma destrinça entre imprensa pública e privada, mas sublinha que, face a alguns erros que se vêm registando, a entidade reguladora que dirige tem optado por acções pedagógicas e destaca que, se fosse pela "aplicação estrita da lei, alguns órgãos já teriam fechado", tendo em conta o peso das multas.

No quadro da sua actuação enquanto órgão regulador do sector, a ERCA emitiu 11 deliberações em 2021, um número cinco vezes superior à quantidade de deliberações realizadas em 2020, que não passou de seis. Com as referidas deliberações, a instituição pretendeu, de acordo com o seu líder, levar de forma pedagógica os órgãos para a boas práticas jornalísticas, que passa pelo "aconteceu, reportou, bem como separar o facto da opinião", sublinha.

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