O projecto da resolução passou por unanimidade com 180 votos ao favor.

Aos deputados, o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, disse que esta missão, que terá a duração de três meses, tem um custo inicial de 675.500 doláres.

"Inclui-se nessa participação a componente dos esforços logísticos e da contribuição da República de Angola na manutenção dessa força na ordem dos 1.174.307 dólares", frisou.

Segundo ele, nesta operação, Angola deverá participar com dois oficiais no Mecanismo de Cooperação Regional (RMC), oito oficiais no Comando da Força e dez tripulantes para aeronave de Projecção Aérea Estratégica do tipo IL-76.

O líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiaka, disse que a UNITA votou a favor para manifestar a sua solidariedade com o povo de Moçambique que atravessa momentos críticos.

"Entendemos que para haver um desenvolvimento sustentável no continente africano e na região da SADC é preciso haver estabilidade, paz, democracia e boa-governação", concluiu.

O presidente do PRS, Benedito Daniel, disse que um conflito em Moçambique é um problema para todos os estados membros da SADC.

"Esperamos que Angola não vá ingerir-se nessa missão, porque os objectivos estão definidos", aconselhou o presidente do PRS.

O seu homólogo da FNLA, Lucas Ngonda, saudou a atitude do Presidente da República, na qualidade de Comandante-em-Chefe das Forcadas Armadas Angolanas (FAA), por ter solicitado ao Parlamento esta missão.

"Antigamente o Executivo era quem decidia, desvalorizando o Parlamento", comentou.

Refira-se que a SADC realizou, no dia 23 de Junho deste ano, na cidade de Maputo, a Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e do Governo, que analisou a situação de segurança em Moçambique, onde ocorrem actos terroristas perpetrados contra civis, mulheres e crianças inocentes, em alguns distritos da província de Cabo Delgado,

Em consequência, a Cimeira aprovou o envio de componentes da Força em Estado de Alerta da SADC, até 15 de Julho de 2021, com a finalidade de apoiar as forças de defesa de Moçambique (FADM) no combate à ameaça de terrorismo e aos actos de extremismo violento em Cabo Delgado.

Conhecidos localmente sob o nome de Al-Shabab ("os jovens", tradução em árabe), os insurgentes semeiam o terror desde 2017 naquela província fronteiriça com a Tanzânia, rica em gás natural.

Os ataques terroristas já causaram a fuga de 800 mil pessoas e a paralisação de um projecto de gás de 20 mil milhões de dólares, liderado pela Total, um gigante francês do petróleo.

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral é uma organização intergovernamental criada em 1992 dedicada à cooperação e integração sócio-económica, bem como à cooperação em matérias de política e segurança dos países da África Austral.