Esta é uma decisão de um tribunal de Barcelona, cidade espanhola onde JES morreu no passado dia 08 de Julho, e passa por entregar o seu corpo à sua mulher, de quem estava separado desde que deixou a Presidência.
Tchizé dos Santos promete dar luta e alterar a decisão através de recurso judicial.
"Vamos interpor recurso por entendermos que a jurisdição penal não é competente para deliberar sobre este assunto, que deve ser a jurisdição civil a pronunciar-se sobre ele", argumenta a jurista Carmen Varela em declarações à Lusa, lembrando que "actualmente existe um processo em curso no tribunal civil sobre esta questão".
A morte de José Eduardo dos Santos, a 08 de Julho, menos de duas semanas antes do arranque da campanha eleitoral para as eleições de 24 de Agosto, a 24 de Julho, acabou por marcar este período de disputa eleitoral, com uma disputa paralela entre os familiares mais chegados, entre estes as filhas Tchizé e Isabel dos Santos, e o seu filho, Filomeno, e o Governo de João Lourenço, com o apoio da sua mulher, Ana Paula dos Santos, de quem estava separado.
Com esta decisão, apesar de o recurso interposto pela advogada de Tchizé dos Santos, abre-se uma possibilidade, embora estreita, de JES poder ainda desempenhar um papel decisivo no desfecho da batalha eleitoral em curso e que termina na próxima segunda-feira, último dia de campanha.
José Eduardo dos Santos, que governou o País de 1979 a 2017, morreu no dia 8 de Julho, aos 79 anos, em Barcelona, Espanha, onde passou a maior parte do tempo nos últimos cinco anos, numa clínica para tratamento especializado a um cancro.
As questões judiciais que envolveram os seus filhos, especialmente Filomeno e Isabel, com acusações graves de crimes financeiros, logo após a chegada ao poder de João Lourenço, foram um pesado fardo que JES carregou quase desde o primeiro dia da sua reforma política.