Para começar, a Comissão Multissetorial de Combate e Prevenção Contra a Covid-19 vai propor que deixe de ser obrigatório apresentar teste negativo e passe a ser exigido o certificado de vacinas, isto porque mais de quatro milhões de pessoas ainda não tomaram a primeira dose e mais de cinco milhões faltaram à segunda dose, segundo Francisco Furtado.

O coordenador da comissão disse, aos microfones da Rádio Nacional de Angola, que vai propor que termine a obrigatoriedade da apresentação de testes à covid-19 nos sectores públicos ou em qualquer outro estabelecimento, mas que passe a ser obrigatório que os cidadãos apresentem o certificado de vacinação com as duas doses ou com a dose única da Johnson & Johnson.

"Desta forma, nós iremos deixar a prioridade para o uso dos testes nas unidades hospitalares, no acesso às fronteiras aéreas e terrestres e implementar algumas medidas rigorosas para obrigar a que a população se vacine mais", afirmou o coordenador da Comissão Multissetorial de Combate e Prevenção Contra a Covid-19, no final da reunião de balanço semanal da comissão.

As autoridades têm vindo a registar, segundo Francisco Furtado, "um comportamento negativo da população, que não se quer vacinar e deixou de fazer o uso adequado de máscaras e medidas de biossegurança".

"O mês de Fevereiro está a ser bastante negativo no capítulo da vacinação, há uma redução na toma das vacinas em cerca de 50% em relação ao mês de Janeiro", informou, acrescentando que o mês passado foi o melhor mês em termos de vacinação, desde o início do processo no País, com o registo de mais de 3,2 milhões doses administradas.

"Mas Fevereiro está a ser negativo, não só na toma da primeira dose, mas particularmente na segunda dose", disse Francisco Furtado, que lamentou a perda de 331 mil doses de vacinas no mês passado, "porque as populações que tinham que tomar a segunda dose não a tomaram".

"E estamos sujeitos a perder também agora mais milhares de doses de vacina, porque o cidadão não está a comportar-se devidamente", afirmou o também chefe da Casa Militar do Presidente da República Francisco Furtado.

"Neste momento, com a medida de vacinação das crianças e adolescentes, dos 12 aos 17 anos, a nossa população-alvo elegível para vacinação passou dos cerca de 15,7 milhões para mais de 20 milhões, e estamos com uma taxa baixa", enfatizou, reforçando que "é preciso que realmente se continue a tomar medidas para que a vacinação seja efetiva e que os cidadãos obedeçam".