Segundo o Ministério da Administração do Território, os cidadãos residentes nessas zonas, ao procederem ao registo ou actualização dos dados, vão receber o cartão de eleitor, documento que os habilitará a votar nas próximas eleições gerais.
Face às dificuldades visíveis no terreno, e que estão a ser sublinhadas pela oposição e organizações da sociedade civil, o recurso aos meios da FAN, mas também, possivelmente, a meios aéreos de empresas privadas, poderá vir a acelerar o processo mas dificilmente resolverá os problemas que se avolumam.
A pouco menos de 16 dias para o fim do registo eleitoral, o ministro da Administração do Território, Marcy Lopes, não cessa de apelar às igrejas e à sociedade civil para a mobilização das suas comunidades para o processo de actualização do registo eleitoral oficioso.
O ministro da Administração do Território já avisou que não haverá prorrogação do prazo, apesar das muitas queixas sobre o processo, nomeadamente a morosidade no atendimento e múltiplos casos de dificuldades relacionadas com a informação sobre a residência dos cidadãos..
Também o secretariado do Bureau Político do MPLA exortou na terça-feira, 15, os angolanos a garantirem que vão poder exercer o seu direito constitucional de votar num "ambiente de perfeita harmonia e liberdade devendo, para o efeito, actualizar os dados por via do registo eleitoral oficioso, caso tenham alterado a sua residência".
O principal partido da oposição, a UNITA, defende a prorrogação do prazo em nome da transparência do processo do registo eleitoral e pediu reforço dos recursos humanos para que o processo chegue às áreas de difícil acesso.
"A publicidade que está a ser feita agora, se pudesse acontecer logo no arranque do processo, as coisas não estariam como estão, tão atrasadas", disse ao Novo Jornal o deputado da UNITA Diamantino Domingos Mussokola.
O parlamentar, que culpa o Ministério da Administração do Território pelo atraso do processo, lamentou que no interior do País o registo eleitoral em algumas regiões não está sequer a 40 por cento.
"Nós acabamos de vir no interior do País, especialmente na província do Bié, e os responsáveis ligados ao próprio processo de registo eleitoral disseram mesmo que até no dia 31 deste mês, o processo não estará sequer a 40 por cento", lamentou.
O secretário-geral do PRS, Rui Miguel Malopa, preocupada com a lentidão do processo, também defende a prorrogação do prazo
"Nos Balcões Únicos de Atendimento ao Público (BUAP), o atendimento é lento. O Governo deveria prorrogar o prazo para além do dia 31", sugeriu.
Refira-se que, o Ministério da Administração do Território (MAT), que conduz o processo, previa registar, em todo o País, 12 milhões de cidadãos para as eleições deste ano, dos quais 450 mil cidadãos angolanos na diáspora, nomeadamente 57 países e 77 missões diplomáticas.