Esta ordem assinada pelo general-de-Exército, Egídio de Sousa Santos, justificada pelo período eleitoral, visa garantir que neste período quaisquer protestos e tumultos terão uma resposta adequada, "com particular incidência" na província de Luanda.
As FAA vão, assim, estar em "prontidão combativa elevada" num período que coincide com a divulgação pelo Tribunal Constitucional da sua decisão sobre os recursos e reclamações dos partidos políticos, UNITA e CASA-CE, cujo prazo terminava este Domingo, 04, e aquele que é a data provável da tomada de posse do Presidente da República.
O documento, com data de 03 de Setembro, e que o Novo Jornal confirmou a sua autenticidade, determina que, neste período, "sejam reforçadas em todo o território nacional as medidas de defesa e segurança dos principais objectivos económico-estratégicos", impondo uma observação rígida do "controlo do movimento de colunas militares e restrições na saída de aeronaves militares".
E, entre outras medidas de carácter funcional das diversas unidades das FAA, o CEMGFA manda que a Polícia Militar se coloque ao lado da Polícia Nacional para "intensificar o patrulhamento" nos centros urbanos e sub-urbanos "visando a recolha do pessoal e viaturas militares que transgridam as normas e disposições contidas neste despacho".
E impõe aos comandantes dos ramos das FAA que sejam "responsáveis pelo cumprimento do estipulado" neste documento, sendo que o CEMGFA ordena ainda que seja permanentemente informado sobre quaisquer desenvolvimentos de interesse.
Este tipo de prontidão é, normalmente, ordenada em situações extraordinárias, como ocorreu, por exemplo, em Março de 2020, como o Novo Jornal noticiou aqui, sendo que uma das medidas era, então, precisamente o apoio ao patrulhamento da Polícia Nacional por militares no âmbito de uma ordem semelhante de entrada em prontidão combativa das FAA.