O Governo contratou um escritório de advogados para defender os interesses de Ana Paula dos Santos, dos seus filhos e representar o Governo angolano no pedido em tribunal da guarda do corpo do ex-Presidente, avança a Lusa, que cita uma fonte próxima do processo.

A agência portuguesa de notícias escreve que os advogados vão tratar de todos os assuntos que envolvem a protecção diplomática e institucional de José Eduardo dos Santos, "que não tinha nacionalidade espanhola nem era residente em Espanha".

Segundo a fonte citada pela Lusa, "era uma condição transitória para efeitos de assistência médica e, por isso, o executivo está agora a tratar das questões institucionais e diplomáticas".

A mesma fonte afirmou que "está afastada a hipótese de um novo encontro entre as delegações angolanas e a família, já que os filhos teriam 48 horas para responder às propostas do executivo, apresentadas no sábado numa reunião familiar na qual não participaram os filhos Tchizé dos Santos nem José Filomeno dos Santos "Zenu"".

"O executivo contratou um escritório de advogados que está agora a conduzir o processo. Houve um encontro no sábado, não houve e não haverá mais nenhum, o Governo angolano já apresentou os seus pontos de vista, passaram mais de 72 horas e não houve resposta", escreve ainda a Lusa, citando a mesma fonte.

José Eduardo dos Santos faleceu no passado dia 8 de Julho. Foi Presidente da República entre 1979 a 2017. Nasceu a 28 de Agosto de 1942, em Luanda. Ingressou na vida política em 1958.

Foi eleito líder do MPLA e Presidente da República em 1979, após a morte, em Moscovo, Rússia, do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto. JES retirou-se da vida política activa em Setembro de 2018 e completaria 80 anos no próximo dia 28 de Agosto.

Resultados provisórios da autópsia ao corpo de JES afastam possibilidade de envenenamento

Os resultados provisórios da autópsia ao corpo do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, realizada no sábado pela equipa médica do Instituto de Medicina Legal da Catalunha, Espanha, afastam qualquer possibilidade de envenenamento como causa da sua morte.

A informação foi avançada esta segunda-feira pela Televisão Pública de Angola (TPA), que cita o Procurador-Geral da República, Hélder Pitta Grós. O pedido de autópsia foi feito pela filha, Tchizé dos Santos, após a confirmação da morte pelo corpo clínico.

Em entrevista à estação televisiva portuguesa CNN, Tchizé dos Santos, que recusa a transladação do corpo do pai para Angola, disse não saber ainda se a irmã Isabel dos Santos iria a um eventual funeral na capital angolana, mas afirmou que será um "grande erro" se tal acontecer.

"A menos que cometa o grande erro de chegar a algum tipo de acordo", disse Tchizé .

"Se for ao funeral, será vista como uma grande traidora, como João Lourenço", assegurou Welwitschia dos Santos, também conhecida como "Tchizé".

Tchizé dos Santos voltou a afirmar que não vai, de forma alguma, participar em cerimónias fúnebres em Angola e que também não vai "vender o corpo" do pai, que morreu na passada sexta-feira, 08, em Barcelona, Espanha.