"Acompanhe esta reportagem extraordinária da jovem e corajosa jornalista Elvercia Kambibe, da TV Raiar sobre as famílias que reclamam a libertação dos seus familiares detidos na manifestação de 24 de Outubro", pediu a empresária Isabel dos Santos na sua conta do Twitter, apelando igualmente à libertação dos 103 jovens detidos na manifestação de Sábado, 24, que estão a ser julgados.

Num outro tweet, com data de 27 de Outubro, a empresária, que foi uma importante dirigente do MPLA enquanto o seu pai governou Angola, antes da eleição de João Lourenço, diz que os protestos contra a "brutalidade policial" decorrem já há quatro dias consecutivos, ao mesmo tempo que lembra que os manifestantes exigem a "realização de eleições locais" e medidas para combater o continuado "aumento do custo de vida".

A filha do ex-Chefe de Estado acusa a polícia de ter disparado contra as pessoas que se juntaram, no dia 27, em frente ao Tribunal Provincial de Luanda.

Entretanto, na quarta-feira, a polícia proibiu as pessoas de permanecerem nas imediações do "Palácio D. Ana Joaquina", criando um cordão impenetrável que obriga os familiares e amigos dos detidos a ficarem substancialmente distantes do local onde está a decorrer o julgamento.

Ainda quando os jovens detidos no Sábado, 24, continuam a ser ouvidos no TPL, os activistas da sociedade civil que marcaram a manifestação do passado fim-de-semana, divulgaram a convocação de mais um protesto para 11 de Novembro, coincidindo com o Dia da Independência Nacional.

A convocação de mais uma manifestação foi divulgada por Dito Dali, um dos activistas que organizaram o protesto em nome do Movimento Revolucionário e do Movimento para a Cidadania, ao qual a UNITA e o Bloco Democrático juntaram o seu apoio, numa conferência de imprensa realizada em Luanda.

Como reivindicação para mais este protesto, os organizadores retomam a questão do combate ao desemprego, a marcação das eleições autárquicas e o afastamento de Edeltrudes Costa, chefe de gabinete do Presidente da República, sobre o qual foram divulgadas suspeitas de enriquecimento ilícito numa reportagem da portuguesa TVI, e do presidente da Comissão Nacional Eleitoral.