Manuel Augusto transmitiu a Michelle Bachelet Jeria que "a verdade tem sido adulterada pela difusão de informação relacionada com as alegadas expulsões massivas e forçadas de cidadãos estrangeiros e consequentes violações de direitos humanos dos mesmos", de acordo com a nota do MIREX.
"Angola deplora a publicação dessas informações, caracterizadas pela não-observância dos usos e práticas de imparcialidade, isenção e objectividade que devem reger os princípios e normas de procedimentos que exigem que o Estado acusado possa apresentar a sua versão sobre os factos", refere o documento, que cita o MIREX.
"O ministro passou a mesma mensagem no encontro com o Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Fillipo Grandi, sediado em Genebra, e elucidou as duas entidades que a operação visa prevenir eventuais fontes de financiamentos para alimentar e sustentar possíveis grupos armados suscetível de desestabilizarem países da região dos Grandes Lagos", refere ainda a nota, onde pode ainda ler-se que "mais grave do que os prejuízos económicos resultantes da exploração ilegal dos recursos, são os danos causados à natureza por todo o tipo de escavação e utilização de explosivos, provocando alterações ambientais e efeitos negativos irreparáveis no ecossistema angolano".
A nota de imprensa refere ainda que "Angola continuará a colaborar com todas as instituições internacionais, incluindo a Comissão dos Direitos Humanos da ONU e com o ACNUR para o mesmo fim, tendo sempre presente os princípios do respeito pela soberania e integridade territorial".
A Operação Transparência teve início a 25 de Setembro e envolveu todas as forças de segurança e policiais de Angola, com o objectivo oficial de regularizar a situação migratória e o negócio dos diamantes nas províncias onde o garimpo tem maior presença, como a Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje ou Bié, entre outras, tendo as autoridades nacionais negado desde o primeiro minuto que tenham ocorrido quaisquer violações dos direitos básicos dos afectados ou agressões policiais gratuitas. A operação tem ainda como objectivo o combate à imigração ilegal e está programada para se concretizar, de forma faseada, até 2020.
A 26 de Outubro, Michelle Bachelet, a Alta-Comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas (HCHR), acusou as forças de segurança de Angola e da República Democrática do Congo (RDC) de terem violado de forma grave os Direitos Humanos a milhares de congoleses que foram expulsos de Angola no âmbito da "Operação Transparência".
Michelle Bachelet acusou ainda os dois Governos - Angola e RDC - de terem criado uma situação em que 330 mil pessoas - Angola refere que nesta operação deixaram o país cerca de 400 mil -, depois de terem regressado ao seu país, ficaram em situação "extremamente precária".