A reunião, a ter lugar na cidade de Gatuna/Katuna, na fronteira entre o Ruanda e o Uganda, vai ser dedicada aos esforços de paz na região.
De acordo com uma nota da Secretaria dos Assuntos de Comunicação Institucional e Imprensa do Presidente da República, a reunião dos quatro presidentes africanos foi decidida na mais recente cimeira do grupo, que aconteceu no Palácio Presidencial em Luanda, no dia 2 deste mês, em que os presidentes do Ruanda e do Uganda reafirmaram o compromisso histórico de não apoio aos movimentos, guerrilhas e milícias que desestabilizam os países da Região dos Grandes Lagos.
Este compromisso, que emerge da iniciativa do Presidente João Lourenço que vem de 2019, e que, mais uma vez, reuniu em Luanda Paul Kagame, do Ruanda, Yoweri Museveni, do Uganda, e, da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, visa especificamente criar condições para que nem o Ruanda nem o Uganda apoiem acções de desestabilização de um lado e do outro da fronteira.
Recorde-se que este compromisso, para o qual o Chefe de Estado angolano contribuiu com o peso geoestratégico de Angola no contexto dos Grandes Lagos, e que tem como pano de fundo a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL), passa muito pela urgência de debelar todas as guerrilhas e milícias que actual há décadas no leste da RDC, nomeadamente nas províncias dos Kivu Norte e Sul e ainda Ituri.
Isto, porque se trata de territórios ricos em recursos naturais que guerrilhas como as FDLR, proveniente do Ruanda, e as ADF, do Uganda, bem como milícias violentas como o M23 (Exército Revolucionário Congolês), desde meados da década de 1990 que mantém a ferro e fogo como estratégia para explorar recursos como diamantes, coltão ou cobalto, muitas das vezes com a exploração de trabalho infantil ou forçado.
Recorde-se que antes desta iniciativa de Lourenço, os dois países estiveram quase a entrar em conflito armado através dos seus exércitos por causa de acusações mútuas de invasão territorial, tendo mesmo havido algumas, embora esparsas e de baixa intensidade, escaramuças armadas.
O diálogo foi reafirmado como a principal ferramenta para as próximas Cimeiras e para a consolidação de um relacionamento assente na confiança entre os dois países, começando pela libertação de cidadãos de um e do outro lado, detidos pelas autoridades, devidamente identificados nas anteriores conversações em diferentes níveis, geridas pela comissão mista criada para o efeito.