A última empresa a gerir o maior mercado informal da província de Benguela, capaz de arrecadar mensalmente 15 milhões de kwanzas para os cofres do Estado, encerrou o seu escritório por suposta falta de actividade, há quase um mês, numa fase crucial do processo-crime em que é associada a tráfico de influência e peculato, instruído pela Procuradoria-Geral da República (PGR), apurou o Novo Jornal.

O "sumiço" da Look ACT 2, LDA, criada a 16 de Dezembro de 2020, já depois do afastamento da sua antecessora na exploração do Mercado da Paz, situado nos arredores da capital da província, funciona como fio condutor neste processo que envolve a antiga administradora municipal de Benguela, Adelta Jorge.

A actual primeira secretária do MPLA no município-sede viu, aliás, a Inspecção-Geral da Administração do Estado (IGAE) passar em revista os actos de gestão que praticou, entre os quais se inclui o concurso público que afastou da "praça do 4" a Trans Maya.

Na altura em que um dos concorrentes, a empresa O País da Vontade, anunciava a impugnação, alegando irregularidades, era questionada a criação da Look ACT 2 pouco antes da data prevista para o concurso, Fevereiro de 2021.

"Não se pode criar uma empresa só por causa de um negócio à vista, isso levanta suspeições", comentava o jurista Chipilica Eduardo, a propósito da vitória da empresa que fecha o escritório, num dos compartimentos da sede do Clube 1.º de Maio, rua Domingos do Ó.

O pedido de impugnação não foi aceite, apesar das "provas" apresentadas pelo queixoso, e a Administração Municipal e a Look ACT rubricaram um acordo de gestão com validade de três anos.

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