"Foi uma decisão exclusiva do Governo angolano. O Governo previu para recensear 400 mil angolanos no exterior e o número publicado, no fim, é de cerca de 22 mil angolanos no exterior que vão participar nas eleições", disse o presidente da UNITA durante a cerimónia que serviu para lançar a campanha para angariar fundos.

"É o resultado do enorme fracasso ou o resultado de uma clara opção de afastar a participação dos angolanos no exterior", acrescentou o político, sublinhando que o voto de angolanos no exterior não potencia o MPLA.

Relativamente a fundos, disse que não foi determinado o valor para contribuir e os interessados podem doar o que estiver ao seu alcance.

"O pedido de ajuda foi feito por angolanos, organizações da sociedade civil, que querem ver a alternância do poder este ano", referiu, frisando que a UNITA "vai ganhar estas eleições porque tem o apoio manifestado por angolanos do norte ao sul".

O líder da UNITA insistiu na publicação imediata da lista dos cidadãos registados em Angola e no estrangeiro, no âmbito das eleições gerais de Agosto, e pediu transparência e lisura eleitoral.

"A não publicação das listas confirma a fraude", disse Adalberto, adiantando que a verba reforçada para a campanha eleitoral não resolve enormes problemas que a oposição vai enfrentar nas eleições.

"A oposição é prejudicada e é lamentável que o candidato do MPLA utilize meios do Estado para fazer a sua campanha", notou Adalberto, que voltou a criticar a forma como a imprensa estatal tem tratado a oposição.

Reiterou a necessidade de mais observadores, considerando insuficiente o limite de 2000 para 13.238 assembleias.

Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.

Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América.

A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi).

Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).

Fora do continente, o voto estará aberto à diáspora angolana no Brasil (Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo), na Alemanha (Berlim), na Bélgica (Bruxelas), em França (Paris), no Reino Unido (Londres), em Portugal (Lisboa, Porto) e nos Países Baixos (Roterdão).