O secretário-executivo da UNITA em Benguela, Adriano Sapiñala, chegou ao frente-a-frente com o comandante provincial da Polícia Nacional, Aristófanes dos Santos, na passada terça-feira, 14, agastado com a prestação das forças de segurança na manifestação que ficou manchada com a morte do militante Eugénio Pessela, 41 anos de idade, passível de "responsabilização judicial".
Em contradição com a Polícia, que realça ter respondido ao que chama de desordem, o "Galo Negro" fala em terrorismo de Estado com recurso a disparos, lembrando que as actividades do seu principal adversário político, o MPLA, não encontram barreiras.
Violação de direitos, com realce para o direito à vida, excesso de zelo e má fé são algumas das ideias avançadas pelo deputado Adriano Sapiñala, no balanço de acontecimentos que deixaram ainda três feridos, e não dois, conforme o relatório médico a que o NJ teve acesso.
À entrada do encontro com Aristófanes, o deputado usava a expressão "desta vez" a PN não deve ficar impune, numa perspectiva tendente a demonstrar que os militantes do seu partido têm sido vítimas de violência.
"Temos a lamentar a morte de um companheiro, assim como os feridos, mas ligeiros, como consequência das granadas de gás lacrimogéneo lançadas por armas, e registámos disparos de balas reais, temos provas", denuncia Sapiñala.
À saída do encontro, salientou que está a ser ponderada a possibilidade de uma participação criminal, preferindo destacar o facto de ter solicitado ao comandante provincial o fim da "perseguição", até porque os desafios eleitorais vão implicar actividades do género.
A Polícia, em comunicado distribuído à imprensa, usou um decreto presidencial, com restrições impostas pela pandemia, para assinalar que a UNITA devia ter estado concentrada num espaço ao invés de marchar.
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