Reagindo ao discurso do presidente do MPLA, João Lourenço, durante um encontro com os primeiros-secretários dos Comités de Acção do Partido (CAP), a UNITA, em comunicado, diz que o líder do partido no poder, com vestes de Presidente da República, no seu discurso, demonstrou, de viva voz, que não está à altura da missão republicana de representar todos os angolanos, porque é contra a unidade nacional, o Estado Democrático e de Direito e o regular funcionamento das instituições da República.
"O Presidente da República destila ódio, promove a intolerância e a divisão dos angolanos", refere o comunicado salientando que, ao proferir impropérios contra a oposição, a propósito do sentido de voto do Grupo Parlamentar da UNITA aquando da votação final global da proposta de Lei dos crimes contra a vandalização de bens públicos, João Lourenço recorreu à calúnia e à difamação.
"Desafiamos o presidente do MPLA a provar que a ocorrência dos crimes que imputa à oposição não são meras e falsas acusações", sublinha o documento, acrescentando que "João Lourenço resiste à ideia de governar para todos os angolanos como iguais, exterioriza o seu profundo desrespeito pelos que pensam diferente, manda no poder judicial, dita sentenças, espezinha o funcionamento autónomo da Assembleia Nacional e quer determinar o sentido de voto do Grupo Parlamentar da UNITA".
"O discurso do Presidente do MPLA é nostálgico ao sistema do partido único, responsável pela desgraça que se abateu sobre Angola, desde Maio de 1975, quando o MPLA derrubou o Governo de Transição saído dos Acordos de Alvor, para impor aos angolanos a guerra do hegemonismo partidário, que arruinou o País e adiou o seu desenvolvimento económico e social por meio século", refere.
A UNITA apela "aos patriotas angolanos, membros de partidos políticos, das igrejas, da sociedade civil, do poder judicial e das forças de defesa e segurança, a rejeitarem e condenarem o discurso do Presidente do MPLA com vestes de Presidente da República, que atenta contra a paz, a democracia e a reconciliação nacional".
"O presidente do MPLA devia ser, com vestes de Presidente da República e antes de tudo, o garante da paz, da unidade e da reconciliação nacional, pois nenhuma acção diplomática de promoção da paz na região dos Grandes Lagos é credível, quando o mesmo actor alimenta a discórdia no seu País", diz o comunicado.
A UNITA apela ao MPLA e ao seu presidente, que abandonem "a linguagem do ódio, da intolerância e da diabolização de quem pensa diferente, e se libertem da táctica de apontar o dedo aos outros, sempre que surge a necessidade de encobrir os seus próprios fracassos".
Apela às angolanas e aos angolanos "para não se deixarem intimidar pelas intenções de condicionar o livre exercício do mandato do povo soberano de Angola pelos deputados à Assembleia Nacional e para que não desistam desta luta incessante pela busca de um País de todos, que trate todos como iguais em direitos, deveres e oportunidades".
A finalizar, a UNITA encoraja os deputados do Grupo Parlamentar da UNITA a pautarem os seus posicionamentos políticos pela defesa dos direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos e pelos valores e princípios inscritos na Constituição da República de Angola.