De acordo com o documento divulgado esta quinta-feira, 02, 26 por cento das espécies de peixes de água doce estão à beira da extinção, sendo que as causas, tal como o conhecimento sobre este declínio, também não são novas.
São elas o excesso de pesca, a destruição abrasiva dos seus habitats, principalmente devido à poluição, actividades económicas destrutivas, como a mineração com recurso a químicos nos cursos de água, a invasão de espécies estranhas aos locais e ao aquecimento provocado pelas alterações climáticas.
Sendo que em qualquer uma destas razões, Angola não estaca a esse mapa do declínio das espécies de peixe de água doce, sendo os seus grandes rios vítimas deste processo, nomeadamente o Zambeze, o Congo e o Kwanza, com uma redução acentuada não apenas do volume mas também, por exemplo, do que lhes serve de alimento.
Este documento aponta como dramáticas as situações nos Grandes Lagos, nas zona de alagamento do Zambeze, com uma quebra de 90% nas capturas, e 94% no Lago Malawi, mas é nomaior lago do continente, o Victória, que a situação surge como mais dramática pela forma como está a afectar as populações ribeirinhas.
O relatório da WWF, denominado os "Peixes Esquecidos de África", nota que se este declínio se mantiver ao actual ritmo, milhões de pessoas poderão ficar sem sustento, aumentando as razões para as já muitas razões pelas quais estão a ocorrer migrações forçadas.
Uma das notas deste documento é que os problemas nos sistemas de água doce são claramente menos protegidos e têm menos financiamento para programas de protecção e de recuperação que nos mares, mesmo que o problema afecte milhões de pessoas.
O WWF tem em curso uma campanha de sensibilização para os governos africanos no sentido de adoptarem medidas de emergência para recuperar cursos de água e lagos, procurando reduzir a poluição de todos os tipos, travar a expansão de espécies invasivas, tanto de peixes como de plantas e criar legislação para impedir o excesso de capturas.
E lembra que na próxima década ficar-se-á a perceber se o declínio pode ser travado ou se ocorrerá uma degradação catastrófica tanto no número de espécies como no volume das capturas para as populações que dependem da pesca.