Segundo o trabalho de auditoria, em documento a que o Novo Jornal teve acesso, as saídas de milhares de dólares, euros e milhões de kwanzas, para diversas partes e instituições não estão justificadas.
Nos montantes em moeda nacional, a auditoria do Tribunal de Contas detectou que o INAGBE efectuou pagamentos superiores a 830 milhões kz, a favor de diversos fornecedores de bens e serviços, sem, no entanto, haver nenhum documento de suporte.
Conforme a auditoria, só nas folhas de caixa do Sector de Apoio ao Estudante (SAE), da Rússia, verificou-se a saída de mais de 280 mil euros.
Já na lista do SAE de Cuba, verificou-se a existência de estudantes que beneficiaram de subsídio de bolsa de estudo, durante o ano lectivo 2022/2023, no valor acima dos 234 mil dólares.
Entretanto, verificou-se o pagamento, via transferência bancária, pelo Banco Português de Investimento (BPI), de mais de 10 milhões de euros.
Foi ainda detectada a existência de pagamentos não justificados de mais de cinco milhões de euros aos funcionários do SAE em Portugal.
Constatou-se ainda a ordem de pagamento de vários milhões kz para várias instituições bancárias, para compra de moeda estrangeira, sem documentos de suporte.
Realizaram-se diversas transferências bancárias, para o BAI e BPC, no valor acima de nove mil milhões kz, respectivamente, referentes ao pagamento de bolsas de estudo internas, cujos documentos apresentados não conferem com o exigido por lei.
Segundo o documento da auditoria do Tribunal de Contas a que o Novo Jornal teve acesso, o INAGBE pagou vários milhões kz de bolsas de estudos internas, assim como vários materiais informáticos com os mesmos problemas de falta de suporto documental.
Sobre o assunto, o Novo Jornal tentou ouvir responsáveis do INAGBE, mas sem sucesso, pelo que continuará a tentar. Ao longo desta quarta-feira, 19, foram feitas várias tentativas para os números de contacto do director do INAGBE, Milton Xivela.
Como pode ser revisitado nos links em baixo, os atrasos no pagamento de bolsas, tanto internas como externas, têm sido amiúde noticiados pelo Novo Jornal, com ameaças de protestos de alunos que têm bolsas em atraso.