"A situação melhorou em algumas ruas, mas noutras o caso é sério", disse o automobilista António Raul Bunga, referindo que a situação é caótica nas chamadas horas de ponta, onde chegam a permanecer no engarrafamento mais de duas horas.
António Raul Bunga destaca, no entanto, que a colocação de semáforos também vai beneficiar os transeuntes, a quem muitas vezes não é dada prioridade para atravessar uma rua, mesmo quando o fazem na passadeira.
O funcionário público Adriano Ferreira defende que a recuperação dos semáforos contribuí significativamente para a redução de acidentes.
"Na qualidade de transeunte estou satisfeito, pois desde a semana passada que começaram a recuperar os semáforos que estavam avariados", disse, frisando que nos últimos meses se registaram com frequência graves infracções do código de estrada que, além de mortes e ferimentos, resultaram em danos com somas avultadas.
Motorizadas, o perigo à solta
O perigo é iminente nas ruas da capital, onde milhares de motorizadas circulam sem ordem. De acordo com o motorista Gastão da Cunha, nos últimos tempos, a maior parte dos acidentes registados são causados pelos motociclistas.
"Os motociclistas não respeitam os semáforos nem o código da estrada", diz.
Também Osvaldo Samba, automobilista habituado às deslocações de carro na capital, critica o comportamento dos motociclistas. Segundo ele, "entre as ocorrências de trânsito, observa-se, nos últimos tempos, um aumento crescente no número de vítimas envolvidas em acidentes de motorizadas".
"O número de motociclos em circulação, a desorganização do trânsito, a deficiência da fiscalização, as condições das motorizadas, as imprudências dos usuários e a impunidade dos infractores contribuem significativamente para as ocorrências de trânsito entre os motociclistas", acrescentou.
Este mês, o Ministério do Interior (MININT) planeou a transferência da gestão da plataforma de funcionamento dos semáforos da cidade de Luanda para o Governo Provincial (GPL) e Polícia Nacional.
Até ao momento, a administração do sistema é da responsabilidade da empresa privada de telecomunicações Vlatacom.
A dívida, estimada em 13 milhões de dólares com a empresa privada, que inviabilizava o funcionamento dos sinais luminosos, está praticamente regularizada, segundo um comunicado do Ministério do Interior, o que tem permitido que, paulatinamente, os semáforos da cidade sejam restabelecidos e entrem em funcionamento.