Esta quarta-feira está prevista, segundo fonte do Novo Jornal, a junção aos autos do depoimento do então director da Delta Imobiliária, Paulo Cascão, feitas à justiça portuguesa, pelo facto da Delta ter sido apontada pelo Ministério Público (MP) de participação no esquema que terá causado um desfalque, por via da Sonangol Imobiliária, de vários milhões de dólares, ao Estado angolano.

O tribunal quer juntar aos autos as declarações deste responsável da Delta Imobiliária, empresa pertencente à Sonangol, na última fase de produção de prova, visto que a próxima fase é a da "batalha" final entre o Ministério Público e os advogados.

No dia 14 de Julho terminou a fase de audição dos declarantes e das testemunhas deste mediático julgamento que há cinco meses decorre no Tribunal Supremo.

A fase de interrogatório dos declarantes e das testemunhas durou quase dois meses e o tribunal ouviu os depoimentos de algumas figuras do aparelho do Estado do governo de José Eduardo dos Santos, tais como Carlos Feijó, ex-ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, Carlos Alberto Lopes, antigo ministro das Finanças, Norberto Garcia, ex-director da extinta Unidade Técnica para o Investimento Privado (AIPEX), Fernando Fonseca, ex-ministro da Construção e Flávio Leonel, antigo responsável da Sonangol Imobiliária e Propriedades (SONIP).

O destaque recaiu para os depoimentos, feito por escrito, em 2020, pelo então Presidente da República José Eduardo dos Santos, que faleceu em 2022, e pelo seu vice, Manuel Vicente, lidas pelo tribunal, para "a descoberta da verdade e do julgamento justo".

O Novo Jornal sabe que todos os declarantes e testemunhas arrolados foram ouvidos, e, dos ausentes, foram litas as suas declarações em sede da instrução preparatória na PGR.

Entretanto, o julgamento ficou suspenso por mais de 15 dias, tempo que o tribunal deu ao Ministério Público (MP) e aos advogados de defesa dos arguidos, Manuel Hélder Vieira Dias Júnior "Kopelipa", Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino", Fernando Gomes dos Santos, Yiu Haiming, e empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited, para preparar as alegações, a serem apresentadas ao tribunal a qualquer momento.

Os arguidos são acusados da prática dos crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, abuso de poder.